sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Casal de deficientes visuais também não encontra vaga em creche para filho

Na edição passada, CIDADÃO trouxe a história da jovem Karen Laís Silva dos Santos, de 15 anos, que até o dia em que começaram as aulas não sabia onde iria…

Na edição passada, CIDADÃO trouxe a história da jovem Karen Laís Silva dos Santos, de 15 anos, que até o dia em que começaram as aulas não sabia onde iria estudar.

Na mesma reportagem foi relatado o caso de Diego Lima e sua esposa, que precisavam trabalhar e não conseguiam vaga em creche integral para a filha de três anos. O mesmo drama vive o casal de deficientes visuais Cícera e Cilso.

O filho deles, de apenas 10 meses, continua na fila de espera, fazendo com que os pais fiquem impossibilitados de trabalhar.

Cícera Costa de Araújo perdeu a visão aos 10 anos de idade em decorrência de complicações em uma doença de nascença. No entanto, a cegueira não se tornou um empecilho para ela. Com força de vontade fez vários cursos profissionalizantes, e sempre trabalhou nas mais variadas áreas.

Agora ela iniciou mais um desafio em sua vida. Foi aprovada no vestibular para o curso de psicologia e ganhou uma bolsa para atingir sua meta. Porém, sua deficiência a obriga a procurar a ADVF – Associação de Deficientes Visuais de Fernandópolis -, onde lhe é disponibilizado um professor para transcrição das atividades de sala de aula em braile, sendo que isso ocupa todo o período da tarde.

Durante a manhã, ela e seu marido Cilso André Amarães trabalham na ADVF no setor de telemarketing, obtendo renda para casa. Por enquanto, eles estão conseguindo deixar o pequeno Adilei José, de 10 meses de idade, com parentes, mas não sabem até quando isso irá durar.
“Hoje, por exemplo, (quarta-feira, 29) eu deixei meu filho na casa da minha prima e ele não parava de chorar, então tivemos que buscá-lo. Não podemos ficar sempre deixando ele com os outros. Nossos familiares também têm suas obrigações”, contou o pai da criança.

O casal inscreveu o filho na lista de espera na CEMEI Miguel Risk, que a mais próxima de sua residência, antes do fim do último ano letivo. Até então a criança continua atrás de outros quatro estudantes na fila pela disputa de uma vaga.

“O que ganhamos na ADVF nos ajuda e muito, mas precisamos encontrar empregos para manter nossa casa. Infelizmente ainda há muito preconceito, quando percebem que somos cegos logo recusam nossos currículos. E agora, sem lugar para deixarmos nosso filho fica ainda mais complicado procurar emprego”, explicou Cícera.

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