sábado, 2 de novembro de 2024
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Casal da região é preso por apoiar quadrilha de aborto

Um casal de rio-pretenses foi preso ontem pela Polícia Militar acusado de integrar uma quadrilha acusada de praticar pelo menos 70 abortos em um ano. Além disso, os integrantes também…

Um casal de rio-pretenses foi preso ontem pela Polícia Militar acusado de integrar uma quadrilha acusada de praticar pelo menos 70 abortos em um ano.

Além disso, os integrantes também respondem pela venda e administração de medicamentos proibidos no Brasil e formação de quadrilha. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Rio Preto também participou do cumprimento dos mandados de prisão. A Operação “Vida”, como foi apelidada, resultou na prisão de 24 pessoas, 18 delas no Estado de São Paulo, e outras seis em Minas Gerais.

O casal de Rio Preto – Anderson Siqueira Neves da Anunciação, 29 anos, e Cibele Martins da Silva, 25 anos -, foi preso na manhã de ontem, no bairro Alvorada, zona norte da cidade, na casa onde residiam. “O casal faria parte do esquema agenciando as mulheres que queriam fazer o aborto”, diz o promotor do Gaeco João Santa Terra. O casal recebia uma comissão pelas mulheres aliciadas. Os dois tiveram a prisão preventiva decretada pelo Ministério Público de Minas Gerais e estão aguardando para serem ouvidos na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da cidade.

Em Belo Horizonte, foram presos dois médicos, três agenciadores e um fornecedor de medicamentos. Entre as pessoas presas no Estado de São Paulo estão um taxista, que recebia para transportar pessoas a qualquer hora e com sigilo, e uma mulher, que cuidava da higienização do ambiente e dos materiais utilizados. Segundo as investigações, agentes públicos eram pagos para proporcionar segurança aos quadrilheiros do núcleo de Diadema.

De acordo com o promotor responsável pelas investigações, Mário Konichi, coordenador da Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos de Belo Horizonte, a Operação Vida foi desencadeada em março de 2012 após recebimento de uma representação. Para chegar até a quadrilha foram realizadas escutas telefônicas e, diante da constatação de que o núcleo da quadrilha atuava no interior de São Paulo, as provas foram encaminhadas também ao Ministério Público.

Negociações pela internet

Mulheres grávidas e decididas a interromper o processo de gestação buscavam na internet endereços de clínicas clandestinas ou pessoas dispostas a realizar o aborto. As negociações eram feitas através de agenciadores, que indicavam os médicos e negociavam os preços, que variavam de R$ 4 mil a R$ 8 mil, de acordo com o poder aquisitivo da gestante e com a idade gestacional.

No dia e horário previamente agendado, consumava-se o aborto em uma clínica na rua Alvarenga Peixoto, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O método utilizado pelo médico dependia do tempo de gestação da grávida. De acordo com o MP, várias formas de aborto foram utilizadas: indução, curetagem, sucção ou administração de remédios (normalmente o Cytotec).

No caso do núcleo de Diadema, uma gerente, além de receber as mulheres e fazer a sua preparação, realizava os procedimentos de baixa idade gestacional com o uso de medicamentos proibidos.

Quando a gravidez já estava mais adiantada, com mais de 12 semanas, uma médica ia até a residência ou realizava o procedimento em uma clínica. Em Belo Horizonte, um médico formado em universidade do Rio de Janeiro, conhecido como “Doutor Cássio”, acumulava as funções de gerente e de executor dos abortos.

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