quinta-feira, 19 de setembro de 2024
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Carteira do futuro não terá cédula ou cartão, diz MasterCard

No futuro, sua carteira estará bem mais magra. Ela não precisará carregar cédulas de dinheiro ou mesmo cartões de crédito. Essa é a previsão de James Anderson, vicepresidente de mobile…

No futuro, sua carteira estará bem mais magra. Ela não precisará carregar cédulas de dinheiro ou mesmo cartões de crédito. Essa é a previsão de James Anderson, vicepresidente de mobile e países emergentes da MasterCard.

“A tecnologia necessária para isso já existe e está sendo implantada ao redor do mundo”, disse o executivo a EXAME.com em uma conversa.

Quem assume, então, o lugar do dinheiro em notas e de cartões? O smartphone. Anderson cita três exemplos como os principais na atualidade: Apple Pay, Android Pay e Samsung Pay.

Essas tecnologias estão mudando a forma como as pessoas lidam com pagamentos. A previsão dele é que muitas outras empresas ainda invistam nesse tipo de tecnologia. Além das empresas com as quais a MasterCard trabalha em parceira, ela mesma tem um projeto nessa área, o MasterPass.

“Talvez cheguemos a esse ponto nos próximos anos, mas a migração dos últimos 10% das pessoas é sempre a parte mais difícil”, disse.

Para Anderson, um dos principais pontos dentro do assunto é segurança. “As pessoas se preocupam muito com dinheiro e é algo com que elas realmente devem se preocupar”, disse.

Questionado sobre como passar ao consumidor a confiança de que colocar se cartão de crédito em um smartphone é algo seguro, Anderson disse que esse é um processo complicado. “As explicações de segurança são muito complexas. Tentar explicar isso ao consumidor é tirar a simplicidade de todo o processo – que é um dos objetivos da MasterCard”, afirmou. Ele ressalta que elas existem e que são assunto compreensível para doutores em matemática.

A empresa se apoia, portanto, na relação que sua marca tem com consumidores. Outro detalhe que entra nessa conta é o nome do banco do qual a pessoa é cliente.

“Muitas pessoas recebem seus salários diretamente em uma conta de banco. Existe uma relação de confiança entre elas e essa marca. E o mesmo entre os clientes e a nossa marca. Para nós, colocar o nome MasterCard em um serviço é atestar que ele é seguro e confiável”, disse Anderson.

Diferentes soluções

Mas é possível trabalhar com a ideia do fim do dinheiro em cédulas em países emergentes? O Brasil, por exemplo, tem quase 40% da população sem conta em banco.

“É preciso oferecer soluções diferentes, baseadas em tecnologias diferentes para essas populações. O Brasil é um país que tem todos os espectros possíveis. Desde uma parcela que adotaria o Apple Pay no momento de lançamento, até outras pessoas que não têm acesso a tecnologias de ponta”, disse Anderson.

Na África do Sul, uma solução de cartões foi usada pelo agência de seguro social do país. A adoção dos cartões aumentou o número de habitantes do país dentro do sistema bancário, pulando de 67% para 75% em apenas um ano (de 2012 para 2013).

Ao mesmo tempo, um esquema de segurança e verificação permitiu que o governo verificasse os beneficiados. “Se descobriu que muitos daqueles que recebiam o dinheiro já haviam morrido”, contou Anderson.

James Anderson está no Brasil para a conferência Ciab Febraban 2015, na qual falará hoje em um debate sobre tokenização.

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