O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta 3ª feira (15.set.2020) que o “cartão vermelho” de Bolsonaro não foi para ele. Confirmou o cancelamento do Renda Brasil e disse que as reformas seguirão no governo.
“Quando acabar o auxílio emergencial a gente volta para o Bolsa família. É uma decisão política do presidente”, afirmou o ministro durante videoconferência do Painel Telebrasil.
O ministro foi conversar com o presidente mais cedo no Palácio do Planalto para tratar do tema. Nesta manhã, Bolsonaro criticou os planos da equipe econômica para angariar recursos para o Renda Brasil, que iria substituir o Bolsa Família e o auxílio emergencial. Uma das ideias estudadas era congelar o valor das aposentadorias por 2 anos. “Havia sempre uma vida muito grande sobre como seria essa aterrissagem”, disse o ministro.
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, falou sobre os planos em entrevista ao portal G1. Dois dos maiores veículos de comunicação do país, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, abordaram o tema nas manchetes de seus jornais impressos nesta 3ª feira. Guedes falou que lamentou a interpretação da mídia. “Hoje houve esta barulheira toda porque estão conectando pontos que não são conectados”, afirmou. “Nós estávamos envolvidos numa mudança importante, uma mudança que poderia ser histórica, que é essa de desvinculação, de desindexação e de descentralização”.
Segundo Guedes, Bolsonaro também não quer “furar” a regra do teto de gastos (que limita despesas da União). Sem recursos para o Renda Brasil, o chefe do Executivo proibiu a equipe econômica de falar sobre o programa.
De acordo com o ministro, o presidente quis transmitir a seguinte mensagem com o vídeo: “Não vou furar o teto para fazer artificialmente o Renda Brasil e não vou tirar dos mais pobres para anabolizar o Renda Brasil. Pronto, acabou o Renda Brasil!”.