Observar pelos retrovisores e acionar a seta. Esses deveriam ser os passos seguidos por motoristas e motociclistas ao mudar de faixa, mas o que se pratica muitas vezes é o contrário.
Comportamento que vai contra o artigo 35 do Código de Trânsito Brasileiro, que estabelece que antes de iniciar a manobra “o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio de luz indicadora de direção”.
O Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) não soube precisar quantos registros de motos e carros Fernandópolis possui, porém, deixou claro que é notório o crescimento da frota nos últimos anos na cidade. Com isso, também cresce a disputa por espaço nas ruas e avenidas do município, aumentando dessa forma o número de colisões.
De um lado, motoristas que reclamam da ousadia de alguns motociclistas. Eles, por sua vez, dizem que os condutores de carros não respeitam o espaço destinado às motos. Diante dessa suposta falta de respeito, forma-se o cenário perfeito para as colisões de trânsito.
Nos últimos três meses, um fato chamou a atenção. A redação do DIÁRIO recebeu “inúmeras ocorrências” registradas no trânsito, envolvendo motociclistas e automóveis. As estatísticas refletem a realidade nas ruas, haja vista que é comum verificar a disputa entre os motoristas.
Com tantos veículos lado a lado nas ruas, outros fatores que acirram a disputa pelo espaço são: a confiança e a “certeza” de que não acontecerá comigo. Dentro do carro, o condutor acha que está protegido numa espécie de armadura de ferro inatingível e, por isso, pode sair desafiando os outros indo de uma faixa para outra.
Entre motociclistas, a sensação de segurança no trânsito é igualmente presente, com a diferença de que as consequências, em caso de acidente, podem ser fatais, uma vez que a moto é quase sempre adquirida com a intenção de costurar o trânsito e ganhar tempo, mas o excesso de confiança leva ao comportamento de risco.
Maiores interessados
O detalhe da dificuldade desta convivência é que os maiores interessados na utilização do trânsito fernandopolense divergem em relação às formas de se comportar na direção de um veículo e possuem pensamentos diferentes.
“Sim, tem que dar seta mesmo. Só que os motoqueiros são imprudentes”. Essa é a opinião do comerciante Joaquim Bravo. Seu discurso recebe o reforço do empresário João Marcos Almeida: “Nós (motos e carros) usuários do trânsito, precisamos conviver de forma sociável”. O jovem Marcelo Macedo defende o lado dos motociclistas: “Tem que dar seta e olhar, só que às vezes o carro passa e não respeita.”
Polícia Militar
A PM orienta que o motociclista deve usar todos os equipamentos de segurança exigidos por lei, como o capacete. Em caso de acidente, o motociclista protegido, via de regra, sofre somente ferimentos leves.
Os motoristas devem usar sempre o cinto de segurança, manter distância de segurança do veículo da frente, nunca conduzir os veículos com velocidade acima da permitida, entre outras medidas.