O capitão da balsa Sewol, que naufragou em abril na costa da Coreia do Sul, causando a morte de mais 300 pessoas, foi condenado hoje (11) a 36 anos de prisão. Lee Joon-Seok, de 69 anos, que deixou o navio enquanto ele afundava, escapou da pena de morte pedida pelo Ministério Público.
O julgamento da tripulação da balsa começou no dia 10 de junho em Gwangju, a 265 quilômetros ao Sul da capital Seul.
Também hoje, o governo da Coreia do Sul anunciou que encerrou as operações de busca dos nove desaparecidos do naufrágio do Sewol. A decisão foi divulgada após uma reunião do governo presidida pelo primeiro-ministro sul-coreano, Chung Hong-won.
O naufrágio do Sewol, no dia 16 de abril, no Sul da Península Coreana, deixou 304 mortos, na sua maioria estudantes. Segundo um relatório divulgado pela Procuradoria, a sobrecarga, a incompetência da tripulação e obras de redimensionamento ilegais na estrutura do navio provocaram o desastre.
Além de ter abandonado a balsa com centenas de pessoas a bordo, a tripulação era acusada de ter ordenado aos passageiros que não saíssem dos seus lugares, mesmo quando o navio já estava afundando.
Lee Joon-Seok alegou durante o julgamento ter ordenado a um membro da tripulação para fazer um anúncio aos passageiros, pedindo-lhes que colocassem os coletes salva-vidas e saltassem para a água, cerca de cinco minutos antes da chegada do primeiro navio de socorro. “Eu entrei em pânico, eu era incapaz de fazer o que quer que fosse”, disse, durante o julgamento. “Não tomei as medidas apropriadas, o que conduziu à perda de vidas preciosas”, acrescentou.
As operações de busca, que envolveram milhares de mergulhadores, começaram imediatamente após o acidente. As equipes resgataram com vida 172 pessoas entre as 476 que estavam a bordo.