A caminhada para a redenção completa de Thiago Silva pela Seleção Brasileira ganhará mais um passo nesta sexta-feira.
Em alta com Tite e um dos jogadores mais elogiados no empate por 1 a 1 com a Suíça, na estreia da equipe na Copa do Mundo, ele foi o escolhido para ser o capitão no confronto com a Costa Rica, pela segunda rodada do Grupo E, importante para a definição do futuro do Brasil e, por isso, disputado em clima tenso.
Se dependesse das críticas que recebeu durante e após a Copa de 2014 e da falha no que culminou na eliminação brasileira nas quartas de final da Copa América de 2015, Thiago Silva nem estaria na Rússia, onde uma tuberculose o deixou em estado de saúde grave quando dava seus primeiros passos no futebol profissional. Mas é exatamente neste país onde ele realiza a conclusão da sua volta por cima, que passou por um período de esquecimento mesmo da lista de convocados e por uma intensa disputa com Marquinhos pela titularidade – Miranda nunca teve essa condição ameaçada com Tite.
“É um ponto muito positivo para mim, depois de ficar fora de convocações e de retornar à Seleção em alto nível. Me preparei muito para isso, e estou dando sequência ao trabalho”, afirmou Thiago Silva, feliz com o seu momento e o retorno à condição de referência da seleção brasileira.
Destaque do milionário Paris Saint-Germain, ele sempre esteve no radar de Tite, que vinha o mantendo como reserva de Marquinhos e Miranda. Mas a reviravolta veio em março, quando o treinador o escalou nos amistosos contra Alemanha e Rússia. E, depois, anunciou que seria ele o companheiro de Miranda na zaga brasileira na Copa do Mundo.
No rodízio implementado por Tite na capitania na seleção brasileira, restou para Thiago Silva exercer a função em um confronto importante. O treinador avisou que entregaria a braçadeira na Rússia apenas para os jogadores mais experientes e decidiu fazê-lo com Thiago Silva, após um empate que deixa a seleção com a necessidade de bater a Costa Rica e deixar para trás qualquer desconfiança.
“Coloquei coerentemente que havia uma série de atletas com maturidade suficiente para continuar esse rodízio. Thiago é um deles, jogando muito. Tem maturidade suficiente para saber da necessidade de resultado, mas antes, da necessidade de desempenho”, afirmou o treinador.
Thiago Silva conhece bem a função de capitão na Seleção Brasileira. Foi ele o responsável por usar a braçadeira durante a Copa de 2014, em que foi criticado por chorar durante a disputa de pênaltis com o Chile nas oitavas de final, assim como não enfrentou a Alemanha na derrota por 7 a 1, pois estava suspenso. Depois, Dunga, o sucessor de Luiz Felipe Scolari, entregou a responsabilidade para Neymar.
Já com Tite, Thiago Silva havia sido capitão apenas uma vez, na derrota por 1 a 0 para a Argentina, em amistoso disputado na Austrália em 2017, naquele que foi o único revés da seleção sob o comando do treinador em 22 jogos. Agora, com a braçadeira, terá função ainda mais importante, pois o jogo com a Costa Rica será realizado após polêmicas envolvendo a arbitragem no duelo com os suíços. “Se pegássemos todo mundo que foi criticado na última Copa do Mundo, teríamos terra arrasada. E a vida, o futebol não são assim”, comentou o treinador do Brasil.
E Thiago Silva sabe que o segundo passo da sua redenção na Rússia não poderá ser com a segunda derrota da seleção de Tite. “Logicamente, em função da primeira rodada, pelo empate, isso nos traz a responsabilidade maior de vencer esse jogo. Mas não é de qualquer maneira que vamos vencer. Temos estratégia para esse jogo, vamos conversar para estarmos preparados”, assegurou o capitão.