Isabel Cristina da Silveira, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva foram condenados pela morte da moradora de rua Jéssica Camila da Silva Pereira, em maio de 2008, além de terem praticado canibalismo com o corpo da adolescente, de 17 anos.
O julgamento terminou nesta sexta-feira (14), em Olinda (PE). Negromonte foi condenado a 21 anos de reclusão e a um ano e seis meses de detenção, enquanto Isabel e Bruna foram condenadas a 19 anos de reclusão, além de um ano de detenção.
Segundo o Código Penal, a pena de reclusão é mais severa e já começa no regime fechado em estabelecimentos de segurança máxima ou média. A pena de detenção, mais branda, admite que o preso inicie o cumprimento da sentença no regime semiaberto, que pode se cumprido em colônias agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, cumprido em casas de albergado ou estabelecimentos adequados.
Os três foram condenados pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio – que diz respeito à profanação do corpo da vítima – e ocultação do cadáver de Jéssica. Foram considerados ainda quatro agravantes do homicídio (motivo fútil, emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade). A sentença foi lida pela juíza da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda, Maria Segunda Gomes de Lima, que presidiu a sessão. A defesa pode recorrer da decisão.
O julgamento de Isabel, Bruna e Negromonte começou ontem à tarde (13) e terminou hoje, por volta das 20h. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP), os réus mataram Jéssica e cortaram seu corpo em várias partes. O caso ganhou evidência pelo fato de Isabel, Bruna e Negromonte consumirem a carne da vítima. A filha da Jéssica, de cerca de 1 ano de idade na época do crime, também teria comido carne humana, dada pelos réus.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Negromonte e Isabel eram casados e não podiam ter filhos, fazendo com que eles quisessem criar a filha de Jéssica como se fosse deles. O MP ressalta ainda que os assassinos fazem parte de uma seita, de nome “O Cartel” e que “a morte da adolescente, bem como todos os demais atos praticados pelos acusados, seriam de “purificação” da vítima, cuja carne foi consumida nas refeições (…)”.