Em mais uma tentativa de acabar com a homofobia no futebol, a Liga MX, responsável pela primeira divisão do Campeonato Mexicano, anunciou na noite de quinta-feira que punirá clubes em caso de gritos homofóbicos nos estádios, que vão desde a expulsão dos autores até a suspensão temporária das partidas. O presidente da liga, Enrique Bonilla, informou que os castigos começarão a ser válidos a partir do dia 25 de outubro, na disputa da 15.ª rodada do Torneio Apertura.
O dirigente mexicano fez questão de lembrar que a federação do país já foi multada 14 vezes pela Fifa devido a um grito tradicional no futebol local, o de “puto!”, entoado a cada momento em que o goleiro adversário faz uma reposição de bola. O termo é uma forma pejorativa de se referir a homossexuais.
Apesar das campanhas para erradicá-lo, esse grito homofóbico se repete durante os jogos da seleção do México, assim como na maioria dos estádios em jogos da primeira divisão do país.
Enrique Bonilla detalhou o procedimento para evitar as manifestações discriminatórias. Após o primeiro grito, haverá um aviso através do sistema de som e responsáveis pela segurança procurarão pelos infratores para retirá-los do estádio. Em caso de reincidência, o árbitro poderá interromper a partida por cinco minutos para que os preconceituosos sejam encontrados.
Se houver uma terceira manifestação, o árbitro e todos os jogadores irão para os vestiários por tempo indeterminado e um quarto grito levará a equipe da casa a ser punida com a perda de um mando de campo. Caso o infrator seja torcedor dos visitantes, o punido será o clube que está atuando fora de casa. Nenhuma partida será cancelada.
O estádio Azteca, na Cidade do México, sede da final das Copas do Mundo de 1970 e 1986, sobe o volume do sistema de som a cada vez que o goleiro visitante faz uma reposição de bola, a fim de inibir o grito homofóbico.