domingo, 24 de novembro de 2024
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Campeão em 2018, mecânico brasileiro busca o bi do rali Dakar

Considerado o maior rali do mundo, o Dakar tem um percurso que supera 7,6 mil quilômetros, sendo 4,7 mil quilômetros de trechos em alta velocidade e outros 2,9 mil quilômetros…

Considerado o maior rali do mundo, o Dakar tem um percurso que supera 7,6 mil quilômetros, sendo 4,7 mil quilômetros de trechos em alta velocidade e outros 2,9 mil quilômetros de deslocamento entre pontos diários de largada e chegada. Enfrentar os 12 dias de prova não requer apenas a resistência de pilotos e navegadores, mas também confiança na equipe de apoio que os acompanha e auxilia. É aí que entra Ednei Galvão.

O mecânico de 48 anos é o braço direito de Reinaldo Varela e Maykel Justo, que competem na categoria UTV (Utility Task Vehicle, ou veículo utilitário multitarefa, na tradução literal do inglês). É o quinto ano seguido que o profissional trabalha com Varela no Dakar, com quem foi campeão do rali em 2018. Galvão acompanha o piloto, porém, desde os 12 anos. “Mais tarde, mas ainda jovem, comecei a trabalhar com ele. Por isso já perdi as contas de quantas vitórias e títulos conquistamos juntos”, contou o mecânico. “São mais de três décadas! Sabia que o Ednei está comigo há um tempão, mas nunca tinha feito essa conta, acho nem ele também. É um grande parceiro. Lembro dele na oficina, ainda pequeno, xeretando tudo. Naquela época eu estava bem no início da carreira. Eu mesmo consertava e pintava o carro. Ele ficava de olho, curtia muito. Daí deu nisso, virou um tremendo profissional”, emendou Varela.

A edição 2021 do Dakar teve uma pausa no último sábado (9), sendo retomado neste domingo (10) para mais 737 quilômetros de prova. O que não significa que Galvão, Varela e Justo tiveram o dia para folgar. “Em época de corrida, a gente nunca para. Desde sexta-feira (7) à noite, fizemos uma manutenção geral. Desmontamos tudo, cada parafuso, checamos cada detalhe, especialmente nas áreas onde o carro sofre mais esforço. Registramos a vida de cada peça e fizemos a troca conforme a quilometragem, independentemente de [a peça] estar quebrada ou não”, explicou o mecânico. “Ao longo do tempo, a gente vai aprendendo segredos da mecânica e da preparação para as corridas. Até hoje eu estou aprendendo. É uma lição por dia”, completou.

Mais brasileiros
Na etapa deste domingo, vencida pelos chilenos Francisco Contardo e Juan Pablo Vinagre, Varela e Justo ficaram na terceira posição entre os UTVs. Eles ocupam o sexto lugar geral, a uma hora, 21 minutos e 54 centésimos dos poloneses Aron Domzala e Maciej Marton, que lideram a categoria após sete dias. A parceria entre o também brasileiro Gustavo Gugelmin e o norte-americano Austin Jones aparece em segundo, nove minutos e 31 centésimos atrás da dupla da Polônia.

Na categoria Carros, Marcelo Gastaldi e Lourival Roldan terminaram o domingo em 19º, enquanto Guilherme Spinelli e Youssef Haddad ficaram em 39º. Na classificação geral, Gastaldi e Roldan aparecem em 15º lugar, uma posição a frente de Spinelli e Haddad. Nesta segunda-feira (11), no oitavo dia de competição, serão mais 709 quilômetros, com 375 quilômetros em trechos de alta velocidade e o restante em deslocamentos. O rali segue até sexta-feira (15).

“Como navegador, estou especialmente feliz por que a navegação tem sido um ponto fundamental nesta edição do Dakar. E sabemos que será assim até o final. Ainda temos mais cinco dias de muito desafio pela frente”, concluiu Justo.

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