Campeão do mundo da prova dos 400 metros com barreiras em 2015, o queniano Nicholas Bett morreu na última terça-feira, 7, ao ser vítima de um acidente de trânsito em seu país.
A tragédia que custou a vida do velocista foi confirmada nesta quarta-feira, 8, e ocorreu em uma estrada entre Eldoret e Kapsabet, duas das localidades do país usadas pelos atletas para treinos em altitude.
Bett tinha 28 anos e retornava ao Quênia depois de ter disputado o Campeonato Africano de Atletismo, na Nigéria, e acabou perdendo o controle do veículo que dirigia e morreu após cair em um barranco. As informações foram confirmadas pelo seu treinador, Vincent Mumo, e pelo comandante do condado de Nandi, Patrick Wambani, à agência Associated Press. O acidente ocorreu em uma estrada próxima a esta cidade, que fica na região oeste do Quênia.
O queniano triunfou na prova dos 400 metros com barreiras do Mundial de 2015, em Pequim, na China, onde a vitória foi considerada histórica para o seu país, que conseguiu se firmar como uma potência do atletismo apenas em provas de larga e meia distância. Essa foi a primeira medalha de ouro obtida por um queniano na história da competição em uma disputa cujo percurso é inferior a 800 metros.
Ele também foi medalhista de bronze nesta mesma prova dos 400 metros com obstáculos no Campeonato Africano de 2014, quando ainda conquistou um terceiro lugar na competição representando a equipe queniana no revezamento 4x400m.
A Federação Queniana de Atletismo se pronunciou oficialmente nesta quarta-feira para lamentar a tragédia e enviar as suas condolências aos familiares do competidor, cujo irmão gêmeo, Aron, fez parte na semana passada do time que conquistou a medalha de ouro da prova dos 4x400m na competição continental realizada na Nigéria. Bett não integrou essa equipe.
A Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) também lamentou a morte do velocista e ressaltou, em nota oficial, que ele protagonizou “uma das maiores surpresas do Mundial de Pequim quando ganhou a medalha de ouro com o recorde queniano de 47s79, a melhor marca mundial (dos 400m com barreiras) em 2015”.
A entidade também se declarou “profundamente triste e chocada” com a tragédia e enumerou outros feitos de Bett, entre os quais o ouro na Golden League de Paris, no término na temporada de 2016, com o tempo de 48s01. Naquele mesmo ano, ele foi desqualificado da prova dos 400m com barreiras da Olimpíada do Rio ao atingir um obstáculo e não avançar à final, depois de ter chegado ao Brasil como um dos principais favoritos ao ouro.