

A 25ª sessão ordinária de 2025 da Câmara Municipal de Fernandópolis, realizada na noite de 4 de novembro, foi marcada por um misto de importantes aprovações legislativas e severas críticas direcionadas à gestão do Poder Executivo. Entre projetos de consenso e temas de alta tensão social, a Casa atuou como palco para o debate das prioridades do município.

Os vereadores aprovaram por unanimidade uma alteração na lei municipal destinada a facilitar a regularização de construções informais na cidade, visando desburocratizar e dar segurança jurídica a imóveis que atualmente estão fora das normas.
Outro ponto de destaque foi a aprovação do Projeto de Lei 72/2025, de autoria da Vereadora Rosana Maria dos Santos Arou Caposo, que concede o título de Utilidade Pública à Associação de Jiu-Jitsu de Fernandópolis. A iniciativa foi celebrada, com a presença de jovens atletas, e os parlamentares, incluindo o Vereador Cabral, enfatizaram a importância do esporte como ferramenta de inclusão social, tirando crianças e adolescentes de situações de vulnerabilidade. O professor responsável foi exaltado como um “herói” pela dedicação aos alunos.
Ainda no campo das homenagens, foi aprovada a concessão do título de Cidadão Fernandopolense a um delegado de polícia aposentado.
Projeto de Dignidade Menstrual Suspende Votação
Um projeto de impacto social, o Projeto de Lei 86/2025, que trata da instituição do programa de fornecimento gratuito de absorventes higiênicos nas unidades de saúde e CRAS, teve sua votação suspensa.
O Vereador Daniel de Domenes solicitou um “pedido de vista” por duas sessões, argumentando a necessidade de esclarecer uma “questão técnica” apresentada pela Procuradoria Jurídica do prefeito. O adiamento visa garantir a legalidade do projeto antes de sua deliberação final.
Críticas e Desabafos Marcam o Tema Livre
O ponto de maior tensão da sessão ocorreu durante o uso da tribuna pelos vereadores, com fortes cobranças sobre a atuação do Executivo.
A Vereadora Rosana Maria dos Santos Arou Caposo fez um desabafo emocionado, afirmando sentir-se “triste e envergonhada” por se sentir de “mãos atadas” diante das demandas populares. Ela questionou a prioridade da Prefeitura em realizar grandes obras em detrimento de questões sociais e de saúde. A vereadora criticou publicamente o Secretário de Saúde por ser “muito técnico” e desviar-se da necessidade de ter “coração” na gestão. Rosana relatou ter passado 12 horas na UPA com sua mãe de 81 anos, observando problemas estruturais, como o ar condicionado quebrado, e questionou por que uma candidata aprovada em primeiro lugar para Terapia Ocupacional não havia sido convocada, enquanto outras contratações eram realizadas.
O Vereador Daniel de Domênes endossou as críticas, citando a falta de comunicação com o prefeito, cujas mensagens estariam sem resposta. Daniel também questionou a política de “economia” do Executivo, que teria demitido um funcionário efetivo ligado à cultura (o Encontro de Violeiros) para, em seguida, efetuar a contratações de mais cargos comissionados.
Prioridade para Infraestrutura Urbana
Requerimentos aprovados solicitaram informações sobre a segurança alimentar, a situação dos cemitérios e, principalmente, sobre a infraestrutura urbana.
Os vereadores foram unânimes em destacar o recapeamento das ruas como a maior demanda da população, alertando que a prefeitura estaria priorizando obras de grande visibilidade, como rodoanel e pontilhões, em detrimento do básico, como as galerias de águas pluviais, um problema crônico da cidade, conforme lembrado pelo Vereador Baroni, e a falta de vagas próximas nas escolas.













