O calçadista de 31 anos acusado de matar a companheira dele, Juliana Amores, 26 anos, em Birigui, na semana passada, disse à polícia que não queria matá-la, mas exagerou na força ao apertar o pescoço dela após discussão. Ainda na versão dele, a vítima o teria ameaçado com uma faca. Depois do homicídio, ele foi dormir em outro quarto e só fugiu no dia seguinte.
As informações foram prestadas informalmente à delegada Maria Salete Cavestré Tondatto, responsável pela investigação, que irá interrogá-lo formalmente nesta sexta-feira (25). Ela acompanhou a equipe que foi até Corumbá (MS) na terça-feira para prender o acusado, que estava em um hotel na Bolívia com os filhos do casal, uma menina de 5 anos e um menino de 9 anos.
DISCUSSÃO
Ele confirmou à polícia que o crime aconteceu na noite de quarta-feira (16), por volta das 22h. “Ele disse que chegou em casa tarde, discutiu com Juliana, que começou a ofendê-lo e pegou uma faca. Nessa hora, ele perdeu a cabeça e apertou o pescoço dela, só que exagerou na força e ela morreu”, conta Maria Salete.
Após perceber que a companheira havia morrido, ele deixou o corpo no quarto, fechou a porta e foi dormir. Na manhã seguinte, pegou as crianças, colocou no carro e disse que iria levá-las para viajar.
A intenção dele ao ir para a Bolívia era ficar livre da polícia. Ao chegar, na manhã de sexta-feira (18), ele telefonou para uma irmã, contou que havia matado Juliana e tinha fugido com os filhos, mas não revelou onde estava. O corpo foi encontrado em estado de decomposição.
CONTATO
Somente na segunda-feira ele fez novo contato com a irmã, dizendo que queria se entregar, desde que fosse para a delegada responsável pelo caso e na presença da irmã e do cunhado. Assim que os policiais fizeram contato, ele foi até o ponto de encontro, na divisa entre os dois países, e se entregou. O cunhado dele dirigiu o carro até Birigui e ele foi transportado em outra viatura, com os policiais. O acusado não foi algemado na frente dos filhos.
A delegada retornou em um veículo com a irmã do calçadista e as crianças. De acordo com ela, o menino teria comentado com a tia que sabe que a mãe está morta, mas a menina ainda não, e não perguntou da mãe. As crianças ficarão com os tios, que devem formalizar a guarda.
O acusado, que teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça, está na cadeia de Penápolis, onde chegou por volta das 22h de quarta-feira (23).
Folha da Região