quinta-feira, 19 de setembro de 2024
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Caixa-preta de Legacy revela que torre errou

A torre de controle de vôos de São José dos Campos (SP) autorizou os pilotos do Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino, a voar na altitude de 37 mil pés…

A torre de controle de vôos de São José dos Campos (SP) autorizou os pilotos do Legacy, Joe Lepore e Jan Paladino, a voar na altitude de 37 mil pés até o aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, apesar de essa altitude ter se tornado “contramão” na rota após Brasília –e onde estava o Boeing-737 da Gol atingido e derrubado no choque com o jato da Embraer.

Esse foi o primeiro de uma sucessão de erros que geraram o choque, em 29 de setembro, matando 154 pessoas. Depois disso, houve falha na comunicação entre o Legacy e o Cindacta-1 (centro de controle do tráfego aéreo de Brasília), o transponder (que alertaria o sistema anti-colisão do Boeing) não estava funcionando no Legacy e o avião da Gol não foi alertado para o risco.

O plano de vôo original do Legacy previa três altitudes: 37 mil pés entre São José dos Campos e Brasília, passando para 36 mil pés a partir da capital e para 38 mil pés a partir do ponto Teres da carta aeronáutica (a 480 km de Brasília, em Mato Grosso) até Manaus. O Legacy, porém, voou todo o tempo em 37 mil pés.

Pela caixa-preta do Legacy, que está sob a responsabilidade do Cenipa (Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o controlador da torre de São José dos Campos se comunicou em inglês com os americanos Lepore e Paladino durante o procedimento de “clearence” –ou seja, de autorização para a decolagem.

Nesse diálogo, gravado, Lepore pede para decolar, a torre autoriza e diz, claramente, que ele deve subir para 37 mil pés “até o aeroporto Eduardo Gomes”, de Manaus, contrariando o que especificava o plano de vôo –em poder dos pilotos e das autoridades aeronáuticas.

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