A Cadeia Pública de Jales pode se tornar cadeia feminina nos próximos dias. O local já está sendo esvaziado para receber as presas oriundas de Paulo de Faria e Monte Aprazível, que foram interditadas pela justiça. 18 presos foram levados para o CPP (Centro de Progressão de Pena), de São José do Rio Preto, e outros 23 para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caioá.
Apenas cerca de 20, considerados “provisórios” permanecerão em Jales e com grandes possibilidades de serem removidos.
Santa Fé do Sul, que tem 48 presos e se encontra com lotação máxima, também pode ser convocada para participar do processo. A decisão pode ser revertida, mas o processo já está em andamento desde quarta-feira, 31.
Segundo o delegado seccional de Jales, Charles Wistom de Oliveira, pouca coisa está esclarecida e não se sabe nem mesmo por quanto tempo seria necessário a permanência das presas em Jales. “A proposta é que elas fiquem aqui enquanto permanecer esta interdição e isso pode ser por um tempo curto ou duradouro”.
Wistom de Oliveira prefere o sistema atual com presos do sexo masculino e está fazendo gestão para que a mudança não aconteça. “Embora as presas envolvam menos riscos, mantê-las exige peculiaridades como condições sanitárias, por exemplo, e é preciso ter cuidado com a superlotação que traz os mesmos problemas para presos tanto do sexo feminino quanto do masculino.
Além disso, temos um contrato de fornecimento de alimentação que talvez precise ser revisto conforme o número de presos. Sem contar os problemas de deslocamento para audiência dos presos”, lembrou o delegado.
Ele ponderou sobre o assunto em uma reunião interna na terça-feira, 30, em São José do Rio Preto. “Nós ponderamos ao diretor que Jales não tem fugas, problemas estruturais ou prediais e não poderia ficar pagando o preço do problema das outras. O diretor, então concordou e pediu esforço dos gestores das outras sete seccionais para que resolvam lá os problemas próprios de cada unidade”.
Apesar disso, a mudança continua. A esperança do delegado é que a proposta de alteração para cadeia feminina resulte numa outras mudanças, dessa vez, positiva e que a cadeia de Jales entre num sistema conhecido como “Inclusão Automática”, no qual apenas os presos que estiverem entrando no sistema prisional permanecem.
“Ficaríamos apenas com os presos provisórios e que serão levados para outras unidades. São apenas os presos do dia-a-dia que estão com prisão temporária, provisória ou em flagrante. Que entram e saem rápido”, disse.
Atualmente, as mulheres presas em Jales são enviadas para General Salgado, que pertence à área da Seccional de Araçatuba. Antes, eram enviadas para Meridiano, mas a cadeia de lá também foi interditada para melhorias.