Gravações feitas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo indicam que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, negociou a compra do controle de um partido político.
Uma sequência de diálogos ocorrida entre os dias 6 e 16 de maio de 2011 indica que as tratativas envolveram o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete de Agnelo Queiroz (PT), também é citado nos diálogos.
No dia 5 daquele mês, apontam os grampos, Cachoeira, acusado de corrupção e suspeito de comandar um rede de jogo ilegal, havia jantado com Perillo na casa do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). No dia seguinte, Cachoeira conversa com Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Detran-GO, que também participara do encontro.
“O partido que o Marconi falou ontem é o P de pato, R, P de pato?”, pergunta Cachoeira. “O cara de Brasília, que eu ajudei muito na campanha, é do partido. Eu tô olhando com ele. Hoje é chefe de gabinete do Agnelo.” O tio de Monteiro é presidente do PRP (Partido Republicano Progressista) em Brasília e Claudio Monteiro foi candidato a deputado distrital pela sigla, em 2010.
Cachoeira contou a um aliado que estava “de olho” no PRP e que o objetivo era “tomar o partido”.