O Ministério Público de São Paulo deu prazo de 90 dias para que o Departamento de Homicídios conclua a investigação da morte de um cabo das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). O cabo Fernando Flávio Flores foi assassinado em maio de 2019, quando ia trabalhar.
O policial militar entrou em seu carro às 6h30 da manhã. No momento, um veículo se aproxima e os assassinos atiram, efetuando 70 disparos de fuzil. A primeira hipótese foi de que o cabo Flores havia sido vítima de uma vingança do crime organizado, mas os depoimentos colhidos enfraqueceram essa possibilidade.
Outra linha de investigação ganhou força quando policiais da Rota próximos ao cabo Flores contaram o que sabiam. Os PMs ouvidos revelaram que, em 2017, a corporação estava “dividida em dois grupos que tinham problemas de ordem pessoal”. O conflito foi parar em um grupo de Whatsapp, onde policiais ofendiam outros colegas de farda. O alvo principal era Flores.
A motivação da raiva dos PMs foi o fato de que o cabo se recusou a matar um suspeito já rendido. Flores denunciou o que estava acontecendo para a corregedoria ainda em 2017, se dizendo ofendido pelos adjetivos usados pelos policiais. Os oficiais denunciados não chegaram a responder pelos crimes militares, mas foram expulsos da Rota e transferidos para batalhões comuns.
O departamento de homicídios já sabe que apenas policiais da Rota tinham acesso à escala do cabo Flores e que os assassinos possuíam treinamento militar. A corregedoria desengavetou as denúncias do cabo e reabriu a investigação. Por enquanto, os três policiais são considerados apenas suspeitos e continuam trabalhando normalmente.