A entrega oficial da cartilha “Bullying Não é Legal!” foi realizada na manhã da última terça-feira, dia 22, pela Secretaria da Educação, Cultura e Turismo da Prefeitura de Votuporanga. O evento promovido na sede da UAB (Universidade Aberta do Brasil) reuniu o promotor de justiça da Infância e Juventude da Comarca – Eduardo Martins Boiati, da diretora do departamento de Educação Básica da Secretaria da Educação, Cultura e Turismo de Votuporanga – Luzia Aparecida Zirundi Figueira, do dirigente regional de ensino da Diretoria de Ensino de Votuporanga – Edélcio Roosvelt Martins, da gestora do “Sistema de Proteção Escolar” da Diretoria Regional – Elídia Salustiano e diretores da educação infantil e fundamental da rede municipal de ensino.
O material didático foi elaborado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e, em Votuporanga, contou com a parceria da Prefeitura do município. Perto de 10 mil unidades foram reproduzidas que professores e alunos discutam e trabalhem o tema em sala de aula. Os estudantes também levarão a cartilha para a casa e repassarão aos pais, para que todos possam conhecer melhor e identificar o bullying.
Durante o evento, a diretora da Educação Básica disse que a escola deve eleger seus valores; “quais valores devemos passar aos nossos alunos? É importante traduzir todas as questões que envolvem o bullying e reconhecer que pais, alunos e escola têm o seu papel para lidar com tudo isso que estamos discutindo hoje”.
Para Elídia Salustiano tratar as conseqüências do bullying é muito mais difícil e que a eficiência da questão está na prevenção. “O diálogo é necessário para evitar que esse tipo de conflito ocorra. Se não há ambiente de aprendizagem, não há aprendizagem. Precisamos cumprir nossa função de educar” – destacou a gestora da Diretoria de Ensino.
Na ocasião, o dirigente regional de ensino, acredita que, “sempre existiu e sempre existirá o bullying, seja em casa, na escola, em qualquer lugar. Mas, a escola, como instituição de educação precisa fazer a sua parte instruindo melhor crianças e adolescentes”.
O promotor, Eduardo Boati, em discurso, falou sobre a desconstrução social e o desarranjo social que o mundo tem vivido; “percebemos que tudo progrediu, mas, de uns tempos para cá, estamos regredindo. Estamos esquecendo os ensinamentos, esquecendo as histórias. Lá atrás, no passado tudo era diferente, difícil imaginar que nos dias de hoje o aluno não tem o respeito para com o mestre”.
Na visão de Boiati, algumas pessoas conseguem lidar melhor com a questão do bullying, seja em ambiente escolar, em casa ou com os amigos. No entanto, cabe aos professores não tolerar essa conduta e aumentar a auto-estima dos alunos que sofrem com o bullying. “É necessário que os educadores fiquem atentos aos sinais que são dados tanto pela vítima, quanto pelo agressor, de quem sofre e de quem fez. Algumas dicas a serem adotadas podem ser encontradas nessa cartilha que estão recebendo” – frisou o promotor. Com a cartilha, ele espera que os professores e alunos trabalhem em sala, e depois, os pais; “para que a sociedade possa atuar com rigor e integrar uma rede com todos que compõem esse cenário – escola, família e poder público”.
Material
Segundo os conceitos do material, escrito com uma linguagem simples, os familiares são responsáveis pelo processo de socialização da criança, de formação de valores morais e comportamentos adequados para viver em sociedade. Devem proteger a criança acompanhando o que acontece no seu dia-a-dia, supervisionando se estão em segurança.
A escola também socializa e constrói padrões de comportamento. É na escola, cujo tema ética é assegurado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais como conteúdo da educação básica, que crianças e adolescentes precisam construir as regras de convivência entre iguais, com seus professores e funcionários. Diretores e professores não podem ser negligentes com o assunto, simplesmente ignorando o fato. Ao contrário, devem realizar programas ‘antibullying’ para promover uma cultura de paz. Mais que isso: é preciso promover um ambiente em que crianças, adolescentes, professores e pais possam ter espaços para aprender novas e mais eficazes formas de combate ao problema, com reuniões, estudos, formações continuadas, etc.
Disque 100, para denunciar os crimes contra a criança e o adolescente.