O volume e a receita das vendas de ovos de chocolate na Páscoa têm caído desde 2013, segundo pesquisa inédita da Nielsen, consultoria especializada em hábitos de consumo. Daquele ano para 2015, houve queda de 24%, de 44,28 milhões de ovos para 33,43 milhões de unidades. Em valores, também houve queda. O declínio nesse intervalo foi de 13%, passando de 868,68 milhões de reais em 2013 para 753,84 milhões de reais em 2015.
A substituição de ovos por chocolates de outros tipos, mais baratos, tende a crescer com a acentuação da crise econômica. Para 2016, segundo dados da Nielsen, 75% dos domicílios brasileiros não têm a intenção de dar mais do que um presente na Páscoa. Entre os produtos mais populares, o chocolate ocupa a primeira posição, com 55% da preferência dos consumidores, seguido pelos ovos, com 43,2%.
Os ovos podem estar ficando em segundo plano, mas a pesquisa mostra que, quando considerados todos os tipos de chocolate, as vendas cresceram entre 2013 e 2015, tanto em volume quanto em faturamento. Isso reforça a tendência de substituição do tradicional ovo de Páscoa por outros tipos de chocolate.
“Vimos que o volume em unidade evoluiu principalmente em tabletes”, diz a consultoria. “Tamanhos menores (até 200g) e com preços mais acessíveis também ganharam importância na última Páscoa, já que o consumidor está apertando seu bolso para ainda manter itens como esse em seu carrinho”, acrescenta a empresa.
Varejo – O varejo deve ter uma Páscoa mais magra este ano, segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade estima queda de 3,4% no volume vendido em relação a 2015. A CNC diz esperar que a data movimente 2,8 bilhões de reais em vendas em 2016. No ano anterior, o volume vendido já tinha recuado 1%. A Páscoa disputa com o Dia dos Namorados a quinta colocação no ranking de movimentação de vendas do varejo nacional.
Além do volume menor, a CNC espera preços ao consumidor mais elevados. Segundo a entidade, a Páscoa de 2016 deve ser a mais cara dos últimos treze anos, com alta média de 13,6% nos preços dos produtos.
O menor otimismo com relação às vendas fez os supermercados brasileiros reduzirem as encomendas de ovos de Páscoa, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Segundo pesquisa da entidade, o valor nominal da compra de ovos de Páscoa por parte dos varejistas feitas com os fornecedores caiu 7%.
Impostos – Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que o ovo de chocolate é o terceiro item com maior carga tributária entre uma lista de produtos típicos da Páscoa, com taxa de 38,53%. Antes dele aparecem o vinho (54,73%) e o bacalhau (43,78%).
A taxa deve ficar ainda maior após o dia 1º de maio. Nessa data começa a vigorar um decreto do governo que altera a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de produtos como cigarro, fumo, sorvete e também o chocolate.