A filial brasileira da ABBI (American Bucking Bull Incorporation), que tem à frente o empresário rio-pretense Paulo Emilio Marques, conhecido por ser dono dos melhores touros de rodeio do país, será lançada no próximo dia 16 de abril, às 15 horas, no Ceprol (Centro Esportivo Profissionalizante e de Lazer Professora Yvette Gabriel Atique) da Unirp.
A entidade nasce com pelo menos quatro objetivos claramente definidos: registrar os touros brasileiros, incentivar a exportação do sêmen dos animais nacionais para os Estados Unidos, criar uma nova linhagem de animais de pulo e popularizar o rodeio.
Os touros nascidos no Brasil são considerados os melhores do mundo no quesito capacidade de movimento. Eles surpreendem os peões ao pularem e movimentarem simultaneamente cabeça e corpo. Já o rebanho norte-americano se destaca pela estatura menor e movimento restrito do tronco.
A nova empresa pertence 50% à ABBI dos Estados Unidos e o restante está dividido entre cinco fundadores brasileiros, o próprio Paulo Emilio, o tri-campeão mundial da PBR (Professional Bulls Riders), Adriano Moraes, o presidente executivo da PBR Brasil, Flávio Junqueira, o criador de Brahman e empresário Juliano Verdi e o veterinário Halim Atique Netto, encarregado dos cruzamentos genéticos entre raças, gerando novas linhagens. Nos EUA, a divisão acionária é metade para a ABBI e a outra parte para 20 tropeiros.
Segundo Paulo Emilio, durante o lançamento qualquer pessoa interessada pode se filiar. “Não existe um limite, nem de quantidade de animais e nem de capital disponível para investir. Nossa meta é melhorar a genética dos animais, facilitando posteriormente a exportação dos touros”, observa, complementando que além de permitir a rastreabilidade das raças, no período de dois a cinco anos a empresa pretende exportar a genética brasileira para os EUA. “Fora do mundo do rodeio vai ser uma grande oportunidade. O bezerro vai ser tratado como um pet”.
O veterinário Alfredo Maia Filho informa que o perfil genético (DNA) de cada touro poderá ser definido por meio do pêlo do rabo do animal, que será comparado através de exames de animais com o de seus pais. Conforme o técnico, as novas linhagens devem ser produzidas de olho na funcionalidade e não na estética.
Paulo Emílio acrescenta que a associação já nasce com um plantel de 50 mil animais registrados nos Estados Unidos.
CRIADOR
O locutor de rodeio Rafael Vilela deve se filiar à ABBI brasileira. Ele já sabe como funciona a dinâmica da empresa nos Estados Unidos e comprou três animais, duas fêmeas e um macho, com linhagens dos touros Xerife e Batman, pagando mais do que o dobro do valor de mercado apostando na genética de rodeio. “Se fosse pensar apenas no preço praticado no mercado seria R$ 2 mil. Desembolsei R$ 5 mil. Se tiver campeonato vou participar”.
Na avaliação de Vilela, a ABBI, acreditando no poder de uma nova genética, irá ajudar a todos os criadores em potencial. “Dessa forma não vai impedir ninguém de participar. Enquanto para outras raças é preciso ter bastante dinheiro para fazer um investimento, dessa maneira os investimentos podem ser menores, o que populariza a participação de novos criadores”, comenta.
FUTURITY
Durante a 12ª edição do Rio Preto Rodeo Country Bulls, de 23 a 27 de julho, no Recinto de Exposições, haverá um campeonato especial só para animais que são das ‘famílias’ do rodeio, batizado de Futurity.
“No primeiro ano, no Futurity, os touros pulam com o boneco. No segundo ano, com o peão, no Classic”, explica Junqueira.
Ele ressalta que nos dois primeiros anos do campeonato no Brasil, que será realizado durante as festas de rodeio, serão aceitos animais com registro unilateral, ou seja, filhos ou de pai ou de mãe de rodeio. A partir de 2010, o registro deve ser bilateral.
SÊMEN
Assim que a ABBI brasileira começar a funcionar será possível abrir protocolos de exportação de sêmen dos animais brasileiros. Atualmente, o Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária determina que todo sêmen importado pelo Brasil tenha um Certificado Sanitário Internacional, emitido na língua oficial do país exportador e em português, assinado ou endossado por um veterinário do Serviço Veterinário Oficial do país exportador. Antes de serem destinados à exportação os animais doadores de sêmen precisam ser submetidos a uma série de exames e as barreiras nos EUA para receber o produto brasileiro são bastante rígidas, devido a doenças como a aftosa.