segunda, 11 de novembro de 2024
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Brasileiros dão mais importância à estabilidade que a média global

Os profissionais brasileiros dão mais importância ao trabalho e à estabilidade no emprego que a média global trazida por um pesquisa feita com 35 mil profissionais de 34 países. Enquanto…

Os profissionais brasileiros dão mais importância ao trabalho e à estabilidade no emprego que a média global trazida por um pesquisa feita com 35 mil profissionais de 34 países.

Enquanto por aqui a importância do trabalho na vida é quase unanimidade (95%), a média global é bem menor: 72%. Já a estabilidade no emprego aparece como importante para 96% dos brasileiros, contra 92% na média global.

Os dados são do estudo Workmonitor da Randstad, empresa de recrutamento e seleção.

Flexibilidade
Os profissionais brasileiros ouvidos, por outro lado, não estão dispostos a abrir mão de algumas expectativas com as quais se acostumaram durante a pandemia. Assim, a importância da flexibilidade em relação ao horário (92%) e local de trabalho (87%) é superior aos 83% e 71% apresentados na média global, respectivamente.

Quase dois terços dos pesquisados no Brasil (64%) e no mundo (61%) afirmaram que não aceitariam um emprego se acreditassem que traria impacto no equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

E 53% dos entrevistados brasileiros deixariam o emprego se fossem impedidos de aproveitar a vida, contra 48% da média global.

“Embora haja melhora em alguns índices econômicos, como a queda de desemprego, ainda vivemos uma crise global. No Brasil, temos visto diversas demissões em massa, principalmente em startups e empresas de tecnologia, assim como globalmente, inclusive em empresas já consolidadas. Diante disso, os profissionais querem estabilidade em seus empregos. Em contrapartida, vimos que a pandemia deixou um legado na demanda dos profissionais que ficaram mais seletivos e que não abrem mão da flexibilidade e de suas vidas pessoais”, explica Fabio Battaglia, CEO da Randstad Brasil.
Demissões voluntárias
Segundo o Workmonitor, mais de um terço dos brasileiros entrevistados já pediram demissão por motivos como:

31%: porque não oferecia flexibilidade suficiente, contra 27% da média global;
35%: por causa do ambiente de trabalho tóxico (34% global);
40%: porque o emprego não se encaixava à vida pessoal (33% global);
25%: por adesão ao movimento de demissão silenciosa, o chamado quiet quitting (31% global).

A pesquisa mostra ainda que 33% dos entrevistados brasileiros prefeririam estar desempregados a estar infelizes no trabalho. Outros 42% afirmaram que deixariam o emprego se o patrão não considerasse um pedido de melhores condições de trabalho.

“São diversos motivos que podem levar um talento a pedir demissão. Antigamente, era comum vermos desligamentos concentrados na busca por melhores salários e benefícios. Nos últimos anos, temos visto diferentes movimentos que têm levado os profissionais a procurarem outras oportunidades ”, diz Battaglia.
Flexibilidade aumenta
Nos últimos seis meses, quase 40% dos brasileiros entrevistados informaram que a flexibilidade em relação ao horário de trabalho aumentou (27% global). No mesmo período, mais de um terço (37%) afirmou estar mais flexível em relação ao local de trabalho (27% global).

“A busca por equilíbrio e qualidade de vida é uma tendência liderada pelos profissionais mais disputados pelas empresas, como das áreas de ESG, Finanças, RH, Tecnologia e Supply Chain. Assim, temos visto um movimento das empresas nos últimos meses em busca de flexibilização de suas políticas, seja com horário, local, adaptação e transformação no uso do escritório para encontros presenciais e não como local de trabalho”, diz Battaglia.

Para ele, 2022 serviu como um laboratório para a volta das atividades e as adaptações necessárias. E, embora algumas empresas tenham retornado ao modelo 100% presencial, a tendência segue pela permanência dos formatos flexíveis, pois impactam diretamente na atração e retenção de talentos.

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