sábado, 23 de novembro de 2024
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Brasileiro vai de herói a vilão e Croácia põe fim ao sonho russo

Após 20 anos, a seleção da Croácia voltará a disputar uma semifinal de Copa do Mundo. O time de Modric e Rakitic voltou a sofrer neste sábado, mas eliminou a…

Após 20 anos, a seleção da Croácia voltará a disputar uma semifinal de Copa do Mundo.

O time de Modric e Rakitic voltou a sofrer neste sábado, mas eliminou a anfitriã Rússia nos pênaltis por 4 a 3, após empate por 2 a 2 na prorrogação e 1 a 1 no tempo normal, na despedida da cidade de Sochi do Mundial. O brasileiro Mario Fernandes oscilou de herói a vilão da Rússia, com um gol decisivo no tempo extra, mas uma penalidade perdida no fim.

Em um confronto marcado pelo equilíbrio do início aos pênaltis, Brozovic, Modric, Vida e Rakitic converteram as cobranças – Kovacic foi o único a desperdiçar pelos croatas. Do lado da Rússia, Dzagoev, Ignashevich e Kuzyaev balançaram as redes, enquanto Smolov e Mario Fernandes perderam suas cobranças. O brasileiro mandou para fora.

A seleção croata não chegava tão longe em uma Copa desde 1998, quando foi a terceira colocada, com direito a ter o artilheiro daquela competição, o atacante Davor Suker – ele é o atual presidente da Federação Croata de Futebol.

Os gols deste sábado, em tempo normal, saíram somente no primeiro tempo. Cheryshev chegou ao seu quarto gol na Copa ao colocar os anfitriões em vantagem, aos 30. Mas, oito minutos depois, Kramaric empatou. Depois disso, o jogo se arrastou entre muita cautela e investidas pontuais em ambos os ataques, tanto no segundo tempo quanto no início da prorrogação.

Até que, antes do intervalo, um lance de bola fez a Croácia virar o placar. Vida escorou de cabeça, após cobrança de escanteio na área, e quase se tornou o herói da Croácia na partida. Só não o foi porque a Rússia empatou no segundo tempo da prorrogação, com gol de cabeça de Mario Fernandes. Na quarta prorrogação desta Copa, foi a primeira vez que houve gol no tempo extra.

O novo empate forçou a disputas de pênaltis, como acontecera com as duas seleções nas oitavas de final. E a Croácia venceu esta disputa pela segunda vez consecutiva nesta Copa.

Assim, na semifinal, eles terão como dificuldade extra o desgaste físico. Afinal, a equipe virá de duas prorrogações seguidas, somando 240 minutos em campo, fora as duas penalidades contra a Dinamarca e contra a Rússia.

A boa notícia para a Croácia é que não terá nenhum jogador suspenso. Apesar de entrar em campo neste sábado com oito pendurados, nenhum deles levou o segundo cartão amarelo na competição.

A seleção croata vai enfrentar a Inglaterra na semifinal, marcada para o dia 11, próxima quarta-feira, às 15 horas (horário de Brasília), no Luzhniki Stadium, em Moscou. A outra semifinal terá França e Bélgica no dia 10, em São Petersburgo.

O JOGO – No embalo do triunfo sobre a Espanha, a seleção russa apostou neste sábado na mesma disciplina tática do jogo passado. A diferença foi na posição mais avançada da marcação, à espera do contra-ataque. Do outro lado, a Croácia pouco mudou em relação ao último jogo. E sofria com a postura tática dos anfitriões.

Tanto que Modric e Rakitic, dois dos melhores meio-campistas do mundo, não conseguiam armar o setor. Como consequência, a equipe croata tinha dificuldade na saída de bola. Com frequência, recorria ao chutão para frente, direto da zaga.

Os primeiros 15 minutos de jogo foram intensos. A Rússia tenta impor pressão a todo custo, enquanto a Croácia se segurava na defesa, intimidada. Cheryshev, um dos artilheiros desta Copa, começou entre os titulares, mostrando a disposição do técnico Stanislav Cherchesov em fazer a diferença logo no início.

Em meio à pressão um tanto inócua da Rússia, a Croácia chegou com perigo por duas vezes, com Rakitic, aos 16, em cobrança de falta, e com Perisic, aos 28, de cabeça. Os croatas tentavam se encontrar em campo quando a Rússia abriu o placar, aos 30. Cheryshev fez bela tabela na intermediária e, de canhota, acertou lindo chute de fora da área. Subasic só viu a bola entrar no ângulo, sem reação. Foi o quarto gol do atacante na competição.

A festa nas arquibancadas durou apenas oito minutos. Foi o tempo que a Croácia precisou para encontrar uma brecha na fechada defesa russa pela esquerda. Perisic acionou, pela direita, Mandzukic, que cruzou na cabeça de Kramaric, para as redes.

O primeiro tempo acabou com ritmo morno e muita cautela dos dois lados, o que não mudou no começo da etapa final. A Croácia passou a tomar maior iniciativa ao 10. E, quatro minutos depois, Perisic desperdiçou chance incrível. Ele acertou o pé da trave e viu a bola passar quase sobre a linha antes de se afastar do gol.

A Rússia respondeu aos 26 com um cruzamento preciso de Mário Fernandes e cabeçada de Erokhin, sem qualquer marcação, na área. A bola passou rente ao travessão.

A partir dos 30 minutos, o jogo ganhou em movimento, com investidas ofensivas para os dois lados. Mas faltava qualidade aos dois ataques. E a prorrogação se tornou inevitável.

Quando a bola voltou a rolar, parecia mais um tempo extra de poucas chances e excesso de cuidado, como vem acontecendo nesta Copa. Mas, desta vez, a bola balançou na prorrogação. A Croácia anotou o gol da virada aos 10 minutos do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio, Vida escorou de cabeça e mandou para as redes.

Mas a Rússia não se abateu com o gol e partiu para o ataque. A pressão aumentou na etapa final do tempo extra. E, também de bola parada, os anfitriões empataram novamente o placar. Foi aos 9, quando Dzagoev cobrou falta na área e Mario Fernandes cabeceou para as redes, decretando a disputa dos pênaltis.

O lateral brasileiro, contudo, teve também seu momento de vilão logo em seguida. Nas cobranças, ele desperdiçou a terceira penalidade da Rússia, o que foi decisivo para o triunfo da Croácia.

Apesar da queda, foi a melhor campanha da Rússia desde o fim da União Soviética. A seleção russa, desde a Copa de 1994, não passava da fase de grupos.

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