Três direitos básicos do brasileiro garantidos pela Constituição: moradia, saúde e educação. Porém, o acesso desigual a esses três itens primordiais na vida de qualquer cidadão denota que a garantia desses direitos não é assegurada.
De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do período de 2017 e 2018 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (25), o brasileiro gasta, em média, R$ 264,66 com moradia, com saúde (R$ 133,23) e educação (R$ 120,16) na sequência.
O levantamento mostra que as diferenças nas áreas rurais e urbanas são gritantes. Quem mora em grandes cidades desembolsou R$ 249,32, ante apenas R$ 15,34 daqueles que moram no campo. Outra diferença está nas regiões: o Norte tem um gasto médio de R$ 12,31, enquanto o Sudeste, R$ 152,72. As maiores despesas estão concentradas no aluguel, condomínio e impostos.
Pretos e pardos ou mulheres gastaram 35% a menos quando o responsável pelas despesas é branca ou do sexo masculino. Brancos gastaram R$ 156,72, enquanto pretos e pardos, R$ 101,80.
Entre o tipo de moradia, 67,5% viviam em casas com telha sem laje ou com laje de concreto e 2,8% sequer tinham banheiro ? item ausente entre os 40% mais pobres da população: 90% deles não tinham o cômodo essencial.
Saúde: 64,4% das famílias não possuem plano de saúde
O brasileiro dividiu o gasto médio em saúde de R$ 133,23 em assistência e serviços (R$ 86,48) e produtos farmacêuticos (R$ 46,75).
Porém, quando o assunto é plano de saúde, a situação se agrava. Pelo recorte racial, 11,3% dos brancos possuem todos os integrantes da família com plano, ante apenas 6,4% dos pretos e pardos. No lado inverso, entre aqueles em que nenhum integrante da família tem esse tipo de assistência, são 41,3% de pretos e pardos; entre brancos, o volume cai para 22,4%.
Educação: 80% da média de despesas vem de quem tem ensino fundamental incompleto
O gasto médio do brasileiro com educação, de R$ 120,16, é majoritariamente concentrado em famílias que possuem uma pessoa de referência com ensino fundamental incompleto: 80% contribuem com as despesas. Quem tem ensino médio completo representou 25,2% e, superior, 30,4%.
