terça, 7 de janeiro de 2025
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Brasil volta a ser país de classe média após mais de uma década

O Brasil retomou a posição de país de classe média em 2024, após quase uma década. Um estudo da Tendências Consultoria revelou que 50,1% dos domicílios brasileiros agora pertencem às…

O Brasil retomou a posição de país de classe média em 2024, após quase uma década. Um estudo da Tendências Consultoria revelou que 50,1% dos domicílios brasileiros agora pertencem às classes C ou superiores, com renda domiciliar acima de R$ 3,4 mil por mês. Este é o primeiro aumento significativo desde 2015, quando a proporção de famílias em classe média chegou a 51%. Com informações do Globo.

A recuperação do mercado de trabalho foi o principal fator para esse avanço, afirma a economista Camila Saito, da Tendências. “Desde 2023, observamos uma importante migração de famílias das classes D e E para a classe C, impulsionada pela retomada econômica pós-pandemia e pela valorização do salário mínimo”.

Formação de novos empregos

Em 2024, a renda das famílias da classe C teve um crescimento expressivo de 9,5%, enquanto a classe B, com rendimentos entre R$ 8,1 mil e R$ 25 mil, registrou aumento de 8,7%. A recuperação econômica foi acompanhada pela criação de 3,6 milhões de vagas formais de emprego entre 2023 e 2024, fortalecendo o acesso ao mercado de trabalho.

Carteira de Trabalho; recuperação econômica foi acompanhada pela criação de 3,6 milhões de vagas formais de emprego – Foto: Reprodução

Segundo Marcelo Neri, diretor da FGV Social, o Brasil viveu em 2024 um período marcado pela queda da desigualdade. “A renda média domiciliar per capita subiu 6,98%, mas entre os 50% mais pobres, o aumento foi de 10,2%”. Ele destaca que a combinação de crescimento do PIB e ganhos salariais foi essencial para o avanço social.

Apesar do progresso, desafios permanecem. Saito alerta que as famílias das classes D e E ainda enfrentam dificuldades devido às baixas remunerações e altas taxas de informalidade.

Já Paulo Tafner, do Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social, aponta que a baixa qualidade da educação limita a mobilidade social de forma estrutural.

Vale lembrar que a marca anterior, obtida sob o governo Dilma, começou a decair a partir de 2015, ano no qual foi preparado o terreno para o golpe que viria a destituir a presidenta do cargo para que Michel Temer e sua “Ponte para o Futuro” pudesse ser adotada e culminou na eleição de Jair Bolsonaro.

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