sábado, 23 de novembro de 2024
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Brasil tem desemprego de 11,8% no trimestre até setembro

A taxa de desemprego brasileira se estabilizou no terceiro trimestre em relação aos três meses até agosto, mas a população ocupada registrou queda recorde sobre 2015, num reflexo da dificuldade…

A taxa de desemprego brasileira se estabilizou no terceiro trimestre em relação aos três meses até agosto, mas a população ocupada registrou queda recorde sobre 2015, num reflexo da dificuldade da economia em dar uma reviravolta em meio à forte recessão.

A taxa apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua permaneceu em 11,8% nos três meses até setembro após três altas seguidas, nível mais alto do levantamento iniciado em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 11,9%. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, entretanto, a leitura destaca com força a deterioração do mercado de trabalho, uma vez que em 2015 a taxa era de 8,9%.

A população ocupada no período entre julho e setembro deste ano apresentou recuo de 2,4% sobre o ano anterior, ou 2,255 milhões de pessoas a menos, número recorde segundo o IBGE.

“A queda recorde da ocupação é um sinal negativo. Agora é perda efetiva de pessoas que estavam trabalhando e isso é um reflexo dessa crise”, disse o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo. “Não temos de forma alguma nenhum sinal de redução da desocupação e a pressão continua muito forte”.

Já o número de desempregados que vêm enfrentando a recessão econômica atingiu 12,022 milhões no terceiro trimestre, o que representa aumento de 33,9% em relação ao mesmo período de 2015, ou 3,043 milhões de pessoas a mais. Nos três meses até agosto, eram 12,024 milhões de pessoas sem emprego.

“Ao olhar a queda na ocupação e na carteira assinada, além do aumento da desocupação, o cenário é complicado e muito desfavorável por estarmos no terceiro trimestre e pela série histórica”, disse Azeredo, destacando a queda de 3,7% no número de pessoas com carteira assinada no setor privado ante o ano passado.

“O mercado costumava apresentar algum fôlego (nesse período) para atender às vendas de fim de ano”, completou.

Os dados mostram ainda que a renda média do trabalhador caiu 2,1% sobre o mesmo período de 2015, para R$ 2.015.

Em setembro, o Brasil fechou 39.282 vagas formais de emprego segundo o Ministério do Trabalho, muito pior que o esperado e afetado pelo mau desempenho nos setores de construção civil e serviços.

O mercado de trabalho só deve dar os sinais iniciais de melhora após o primeiro trimestre do ano que vem, com o aquecimento esperado para a atividade econômica. Mas enquanto isso não se concretiza, a tendência é de piora do quadro de emprego, segundo analistas.

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