O KC-30 da FAB (Força Aérea Brasileira) aterrissou no Rio de Janeiro às 3h desta 5ª feira (19.out.2023) com 219 cidadãos vindos de Israel. Com esse voo, o Brasil superou a marca de 1.000 repatriações: foram 1.135 cidadãos resgatados da região desde 10 de outubro.
“É a maior operação de retirada de brasileiros de uma zona de conflito”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na 4ª feira (18.out). Segundo ele, um esforço integrado ajudou a trazer os brasileiros com agilidade e segurança.
Em 7 de outubro, dia em que o Hamas atacou Israel, o governo federal criou um gabinete de crise. As embaixadas do Brasil em Tel Aviv (Israel), Cairo (Egito) e o Escritório de Representação em Ramala (na Palestina) foram acionados. A FAB foi mobilizada e designou 4 aeronaves para as ações de resgate e suporte humanitário. Já houve desembarques em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.
Segundo a lista atualizada pela Embaixada do Brasil em Tel Aviv, cerca de 150 brasileiros que estão na região buscam a repatriação. O governo disse que, como o KC-30 tem capacidade para pouco mais de 200 passageiros, o próximo voo a decolar tem “potencial para permitir ao Brasil atender o pedido de ajuda” de países da América do Sul. Entre eles, Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia.
“A prioridade sempre foi para os brasileiros. Como a lista de brasileiros foi reduzida, nesse próximo voo vamos conseguir trazer 15 estrangeiros de países vizinhos”, afirmou Mauro Vieira.
Em paralelo, a representação brasileira em Ramala providenciou a retirada de brasileiros das regiões mais tensas. O governo disse que está tentando “com todos os lados do conflito” a abertura da passagem de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, para repatriar os brasileiros. O avião VC-2, da Presidência da República, está no Cairo (Egito) esperando para ser acionado.
O governo aproveitou os voos de repatriação para enviar à zona de conflito 40 purificadores de água e kits médicos. Além disso, foram enviados 2 kits de saúde, sendo que cada um atende até 3.000 pessoas ao longo de um mês. Eles são compostos por medicamentos e insumos, como anti-inflamatórios, analgésicos, antibióticos, luvas e seringas.
A remessa chegou na 4ª feira (18.out) ao Aeroporto de Al-Arish, a 50 quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza. O deslocamento final e a entrega dos insumos ficam sob responsabilidade da organização Crescente Vermelho, que atua na região.