O sonho do primeiro título mundial do futebol feminino do Brasil acabou. Ou melhor: foi adiado por pelo menos mais quatro anos.
Neste domingo, em Le Havre, a Seleção de Formiga, Marta e Cristiane lutou, encarou a favorita França de igual para igual, mas levou um gol na prorrogação, perdeu por 2 a 1 e foi novamente eliminada nas oitavas de final da Copa do Mundo – após o jogo, Marta chorou e desabafou em entrevista ainda dentro de campo.
Foi a segunda queda consecutiva do Brasil no primeiro jogo do mata-mata do Mundial. Em 2015, a algoz fora a Austrália. Agora, foi a poderosa seleção francesa – que, além de jogar em casa, nunca perdeu para o Brasil na história (cinco empates e quatro vitórias em nove jogos) e é majoritariamente formada por jogadoras do Lyon, atual tetracampeão da Champions League.
Nas quartas de final, a França vai encarar a vencedora do confronto entre Estados Unidos e Espanha, que se enfrentam na próxima segunda-feira, às 13h (de Brasília).
A Seleção Brasileira, definitivamente, não foi presa fácil para a França. Conteve o ímpeto das rivais, fez jogo equilibrado e chegou até a ter chances de abrir o placar. As franceses tiveram um gol anulado pelo VAR – que alegou toque de mão de Gauvin em dividida com a arqueira Bárbara – ainda no primeiro tempo, mas, no segundo, transformaram a superioridade em bola na rede.
Aos 6min, Diani fez linda jogada pelo lado direito e cruzou. A bola passou por Bárbara e encontrou Gauvin, que, com o gol aberto, fez 1 a 0 para a França. A desvantagem, no entanto, não afetou o Brasil. Pelo contrário… A equipe verde-amarela cresceu no jogo, quase empatou com cabeçada de Cristiane que parou no travessão e, aos 18min, chegou ao 1 a 1.
Thaísa aproveitou sobra na área após cruzamento de Debinha e chutou de canhota, no cantinho de Bouhaddi. O gol foi inicialmente anulado pela arbitragem, que viu impedimento na origem do lance, mas, depois, acabou confirmado pelo VAR. VAR este que, aos 41min, anulou, corretamente, o gol que seria o da virada brasileira – Tamires, que havia balançado as redes, estava impedida.
Na prorrogação, as duas seleções partiram para o ataque. Na chance mais clara do Brasil, Debinha saiu cara a cara com Bouhaddi, chutou rasteiro, mas viu Mbock Bathy salvar praticamente em cima da linha. Poucos minutos depois, já na segunda etapa do tempo-extra, Henry aproveitou cruzamento de Majri em cobrança de falta e marcou o gol da classificação francesa.
O sonho brasileiro foi adiado por pelo menos mais quatro anos…
Fim de uma geração?
O jogo deste domingo pode ter sido o último das grandes protagonistas da maior geração da história do futebol feminino brasileiro em Copas do Mundo. Formiga já tem 41 anos, Cristiane, 34, e Marta, 33. As duas primeiras já anunciaram que não jogam mais pela Seleção em Mundiais. Já Marta não tomou nenhuma decisão, é verdade, mas dificilmente terá condições de jogar novamente em 2023, ano da próxima Copa. Além do Brasil, outros oito países apresentaram candidatura para receber o torneio: Argentina, Austrália, Bolívia, Colômbia, Japão, Coreia do Sul (que deseja entrar com uma candidatura conjunta com a Coreia do Norte), Nova Zelândia e África do Sul. A Fifa ainda não escolheu a sede.