O Bragantino confirmou na tarde desta terça-feira (26) a parceria com o Red Bull Brasil, que vai assumir o comando do clube a partir da Série B do Campeonato Brasileiro. O acordo foi concretizado em uma reunião na prefeitura de Bragança Paulista, que contou com a presença do prefeito Jesus Chedid, que é tio de Marco Chedid, atual presidente do clube.
O investimento é da ordem de R$ 45 milhões. Em um primeiro momento, toda a parte administrativa e de futebol do clube ficará à cargo do Red Bull Brasil, que aos poucos vai assumir o comando geral do clube. O presidente ainda será Marco Chedid, mas em até cinco anos, será realizado um “ajustamento e transição”, para que o controle geral do clube passe a ser totalmente do Red Bull Brasil.
O sonho da elite
Esta foi a forma mais rápida do grupo austríaco encontrou para chegar à elite do futebol brasileiro. Ficaria mais demorada – de quatro a cinco anos – e mais custosa entrar na Série D do Campeonato Brasileiro até obter seguidos acessos para alcançar a Série A. A empresa já tem clubes na Áustria (Red Bull Salzburg), na Alemanha (RB Leipzig) e nos Estados Unidos (Nova York Red Bulls). No Brasil, o clube foi fundado em 17 de novembro de 2007.
Dentro de campo
A princípio, o Red Bull Brasil assume o futebol do clube aproveitando os seus jogadores que estão disputando o Campeonato Paulista e mais alguns do atual elenco do Bragantino. E também tem a promessa de reforçar o time com o objetivo de brigar pelo acesso à elite do futebol nacional em 2020.
As cores da camisa, a forma de apresentação do nome – Red Bull Brasil/Bragantino ou Bragantino/Red Bull) – estão sendo definidas pelo departamento de marketing da Red Bull. Tudo deve ser definido rapidamente, em razão da proximidade do início da Série B do Campeonato Brasileiro, no final de abril.
Fim de uma era
Este acordo é o ponto inicial para a saída definitiva da família Chedid, que comanda os destinos do clube desde a década de 60, tendo à frente Nabi Abi Chedid, que depois foi presidente da Federação Paulista de Futebol e vice da Confederação Brasileira de Futebol.
Curiosamente, Nabi nunca foi o presidente do clube. O seu filho, Marco Chedid assumiu a presidência em 2007 com cerca de 200 ações trabalhistas e muitas dívidas. Mas o Red Bull Brasil assume um clube com saúde financeira, sem dívidas, e com apenas duas ações trabalhistas.
A transação
A negociação entre os clubes teve início após a negativa por parte do Oeste, de Barueri, que rejeitou uma proposta de R$ 35 milhões para ser incorporado. A partir daí, autorizado por Marco Chedid, um intermediário conversou com o presidente do Red Bull Brasil, Thiago Scuro, nas vésperas do Natal de 2018 e apresentou a opção de acordo com o Bragantino.
De volta ao Brasil no dia 4 de janeiro, Scuro se encontrou com Marco Chedid na sede de sua empresa em Campinas e começou a negociar as pendências para o acordo. Ele foi fechado na Alemanha em fevereiro, quando Luiz Arthur Chedid, filho de Marco Chedid e vice-presidente do Bragantino, se reuniu com dirigentes da empresa de bebidas.
Nesta reunião foram definidos os valores, forma de pagamento e de investimento, além da maneira legal para o fechamento do acordo. Não só em termos administrativos, como também em termos desportivos, porque agora o acordo precisa ser chancelado tanto pela Federação Paulista de Futebol como pela Confederação Brasileira de Futebol. Esta parte já foi negociada pelo próprio Marco Chedid com os presidentes das duas entidades.