sexta, 22 de novembro de 2024
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Bolsonaro tem queda de interações nas redes sociais

Um estudo da FGV Dapp encontrou uma queda no volume de interações em todas as redes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entre agosto e outubro. No Youtube a queda…

Um estudo da FGV Dapp encontrou uma queda no volume de interações em todas as redes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entre agosto e outubro. No Youtube a queda chegou a mais de 50%. O levantamento indica ainda que apesar de Bolsonaro e Lula (PT) seguirem em patamares em impacto digital bem acima dos outros presidenciáveis, Sérgio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) vêm aumentando seu alcance nas redes.

O encolhimento do impacto digital de Bolsonaro coincide com as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que suspenderam a monetização de canais bolsonaristas e bloquearam páginas de influenciadores acusados de propagar fake news. Apoiadores do presidente de grande impacto na internet, como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, tiveram perfis removidos das plataformas.

No Twitter, Bolsonaro vem apresentando queda constante de interações em suas publicações desde agosto. Em dois meses suas interações na plataforma cairam aproximadamente 25%, saindo de 648 mil para 485 mil.

A visualização de seus vídeos no YouTube, onde uma live chegou a ser removida da plataforma após ele associar a Aids às vacinas contra a Covid-19, caíram mais de 50% nos últimos dois meses. Também tiveram quedas de interações seus perfis no Facebook e Instagram.

Segundo o diretor da FGV Dapp, Marco Aurélio Ruediger, alem do cerco do STF e TSE a perfis bolsonaristas suspeitos de praticarem crimes, grande parte da queda de interações nos perfis de Bolsonaro se deve também a um próprio “movimento tático” do presidente em função de suas negociações políticas com o Centrão, algo mal visto por parte de sua militância nas redes sociais. Bolsonaro e seus aliados estariam usando as plataformas menos intensamente enquanto adaptam seu discurso para o público frente à nova costura política do governo.

— Ele (Bolsonaro) caiu de cabeça na articulação com o Centrão, o que gera situações incômodas para o discurso que sua militância pretende fazer, A questão da articulação com o PL, e o recente recuo, são porque ele estava querendo medir a reação de sua base. — analisa Ruediger, completando: — Toda a narrativa é voltada para manter a base agregada até as eleições do ano que vem. Eles esfriaram nas redes, mas é um movimento mais tático do bolsonarismo, do que uma mudança de estratégia em si.

Após um pico de interações durante caravana pelo Nordeste, em agosto, o ex-presidente Lula apresentou queda no volume de interações nos dois meses seguintes. Porém, em geral, ele continua em segundo lugar no impacto digital, atrás de Bolsonaro. O presidente e o petista são os únicos que exibem engajamento relevante no Facebook, por exemplo, concentrando cerca de 80% e 15% das interações, respectivamente.

Enquanto nomes da centro-direita se mantêm com baixo alcance, Ciro Gomes conseguiu se destacar desse conjunto e se firmou como terceiro presidenciável com maior alcance no Twitter. No YouTube, Ciro passou Lula em setembro e segue como o segundo canal com mais interações perdendo apenas para Bolsonaro. Além disso o pedetista apresentou um crescimento no engajamento de suas outras redes.

Porém, segundo Ruediger, os candidatos de esquerda ainda não conseguem utilizar as redes sociais de forma tão impactante quanto Bolsonaro e seus apoiadores.

— O bolsonarismo ainda tem mais capacidade do que a esquerda de mobilizar as redes. Ele opera de forma mais sofisticada, complexa, com interligação entre as plataformas, sendo mais eficazes e se mantendo na dianteira do impacto digital — observou o diretor da FGV Dapp.

As recentes movimentações de Sérgio Moro sobre uma possível candidatura em 2022 e sua filiação ao Podemos, também movimentaram o cenário dos presidenciáveis nas redes sociais — ainda que de forma ainda tímida.

Impulsionadas pelo seu evento de filiação as páginas do ex-juiz superam o volume de interações das de Lula no Twitter e no Instagram. Porém, segundo Ruediger, os dados ainda precisam de uma uma maior observação ao longo do tempo e ele não acredita que Moro consiga mudar expressivamente o cenário do embate nas redes entre os pré candidatos para 2022.

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