O tenente-coronel Mauro Cid disse em depoimento de delação premiada que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) queria esconder no Palácio da Alvorada investigados pela PF (Polícia Federal) por ataques às instituições democráticas. A informação é do portal UOL.
Um dos alvos citados pelo ex-ajudante de ordens, segundo a reportagem, foi o influenciador Oswaldo Eustáquio. Ele participou de manifestações em Brasília (DF) em frente ao Quartel-General do Exército contra o resultado das eleições.
De acordo com Cid, Bolsonaro também discutiu abrigar o youtuber Bismark Fugazza na residência oficial da Presidência da República. Os produtores de conteúdo tiveram um mandado de prisão expedido em dezembro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e fugiram para o Paraguai. Eustáquio entrou com pedido de refúgio no país vizinho e foi localizado pela Polícia Federal na Espanha, segundo a CNN. Já Fugazza foi preso pela polícia local.
O ex-ajudante disse ter convencido o chefe do Executivo a mudar de opinião, já que a medida poderia causar problemas judiciais. Então, o ex-presidente teria autorizado um carro oficial a transportar Eustáquio na tentativa de impedir que seu paradeiro fosse rastreado.
O Poder360 tentou contato com a defesa de Bolsonaro, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto. Os advogados negaram as acusações ao UOL.
Cid foi preso em de 3 maio por uma investigação que apura inserções de dados falsos em cartões de vacina e solto provisoriamente em 9 setembro, depois de homologado pelo STF o acordo de delação premiada do militar com a PF.
Em outra delação, divulgada pelo site em 21 de setembro, o tenente-coronel disse à PF que o ex-presidente fez uma reunião depois do 2º turno das eleições com militares de alta patente e ministros do governo para discutir sobre uma minuta que pedia novas eleições e incluía prisões de adversários.