Jair Bolsonaro recebeu na manhã desta sexta-feira (15), no Palácio do Planalto, integrantes da direção da Polícia Federal e o delegado Rodrigo Morais, responsável pelo inquérito da facada de que foi vítima em 2018, durante a campanha presidencial.
A reunião teve duração de cerca de duas horas.
Morais apresentou pessoalmente o resultado da sua investigação, que, pela segunda vez, descartou a existência de um mandante no episódio. A conclusão foi de que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho.
O delegado foi levado pelo ministro da Justiça, André Mendonça, acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, e do chefe do órgão de Minas Gerais, Cairo Duarte.
Também participaram o general Augusto Heleno (GSI) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência). Carlos Bolsonaro, filho do presidente, passou alguns minutos no encontro.
A pressão sobre a investigação se elevou nas últimas semanas, com afirmações de Bolsonaro que puseram em xeque o trabalho da PF. O presidente e seus apoiadores voltaram a propagandear a versão de que o crime teria sido encomendado a Adélio, o que nunca ficou provado nos inquéritos.
A insatisfação de Bolsonaro com o resultado foi um dos ingredientes alegados por ele para a troca no comando da corporação, o que levou ao pedido de demissão de Sergio Moro.
Sob novos comandantes no ministério da Justiça e na Polícia Federal, no entanto, a ideia foi tentar, mais uma vez, mostrar o trabalho realizado no inquérito.
A reunião não apareceu na agenda do presidente. Perguntada, a Secom não respondeu o motivo.
Este foi o segundo encontro do delegado e do chefe de Minas com Bolsonaro. Em fevereiro do ano passado, eles estiveram em Brasília para comunicar como estava o andamento das investigações.
Com a entrega deste segundo relatório, o foco do presidente no caso passa a ser o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a perícia em materiais apreendidos com advogados do autor do crime.
O caso foi remetido à corte em fevereiro, mas está parado. Como a ação ainda não foi distribuída internamente, não foi escolhido nem sequer o ministro relator.