Após declarar voto em Fernando Haddad (PT) na disputa à Presidência, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa voltou a escrever em sua rede social para chamar de manipulação declarações de Jair Bolsonaro (PSL) que citam o ministro aposentado.
Neste sábado (27), Barbosa escreveu: “Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad”. Após a publicação, Bolsonaro reagiu em sua rede, publicando um vídeo em que Barbosa diz, durante o julgamento do mensalão, em 2012, que “somente Jair Bolsonaro votou contra” uma lei que teria sido aprovada após a compra, pelo PT, de líderes partidários.
“Em suas redes sociais, Joaquim Barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravemente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo”, escreveu Bolsonaro.
“Faço um esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral”, escreveu Barbosa, em seguida. “Até a data de hoje eu ignorei completamente o uso do meu nome na campanha por um dos candidatos. Mudei de ideia porque hoje reiterou-se a manipulação.”
O vídeo em que Barbosa cita Bolsonaro é de 2012. Nele, o então presidente do STF cita a aprovação da Lei das Falências, de 2003, como um dos exemplos da compra de votos no Congresso Nacional.
Barbosa disse na ocasião que “os líderes dos quatro partidos [PTB, PP, PL e PMDB] cujos principais parlamentares receberam recursos em espécie do PT orientaram suas bancadas a aprovar o projeto []. Somente o sr. Jair Bolsonaro, do PTB, votou contra a aprovação da referida lei”.
No post deste sábado, Barbosa afirma que estava julgando líderes de partidos e que Bolsonaro não fazia parte do processo. “Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí.” Com informações da Folhapress.