quinta, 23 de janeiro de 2025
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Bolsonaro debocha de tortura sofrida por Dilma, que responde

A ex-presidente Dilma Rousseff reagiu a declarações de Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, ironizando as torturas sofridas por ela no período em que ficou presa…

A ex-presidente Dilma Rousseff reagiu a declarações de Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, ironizando as torturas sofridas por ela no período em que ficou presa durante a ditadura militar. Em nota à imprensa, Dilma respondeu que o presidente “não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos” e “revela a índole própria de um torturador”.

“É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista. Ele revela, com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador. Ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte”, afirma a ex-presidente.

Na década de 1970, Dilma ficou presa por três anos em razão de sua atuação contra a ditadura. Nesta segunda-feira, Bolsonaro falava com apoiadores no Alvorada quando foi questionado sobre o atentado que sofreu na campanha eleitoral de 2018. Nesse momento, ele falou sobre a ex-presidente.

“Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio-X”, disse o presidente, entre gargalhadas.

Não é a primeira vez que Bolsonaro faz provocações relacionadas às torturas sofridas por Dilma. Em abril de 2016, na votação do processo de impeachment da ex-presidente na Câmara, o então deputado usou seu discurso para exaltar o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi do 2º Exército – órgão de repressão política da ditadura militar – entre 1970 e 1974. Na ocasião, chamou-o de “o pavor de Dilma Rousseff”.

Ao responder às declarações de Bolsonaro nesta segunda, Dilma afirmou que o presidente “não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela covid-19 que, aliás, se recusa a combater”.

Dilma ainda disse que Bolsonaro desrespeita, debocha e insulta outras vítimas da ditadura e seus familiares. “Um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro”, encerra a nota.

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