As bolsas europeias reagem na abertura do pregão nesta terça-feira (25) e operam em alta, depois de acumularem fortes perdas na véspera, arrastadas pela queda acentuada das bolsas asiáticas. O movimento de pânico parece ter sido contido.
Às 10h30 (horário de Paris), a bolsa de Frankfurt ganhava 2,3%, Paris 2,6% e Londres 2,1%. Nos mercados asiáticos, a degringolada continua principalmente nas bolsas chinesas: depois de despencar 8,5% ontem, a bolsa de Xangai voltou a fechar em baixa de 7,6%. A bolsa de Shenzen, a segunda maior da China, recuou novamente 7%.
Mas as outras bolsas asiáticas limitaram suas perdas. Tóquio fechou em baixa de 4%, Hong Kong perdeu apenas 0,3%, enquanto a bolsa de Seul fechou com ganho de 0,9% e Sydney em alta de 2,7%.
Embora os economistas estejam divididos sobre o futuro do modelo econômico chinês, ancorado na expansão da classe média, muitos analistas observam que as bolsas chinesas passam por um momento de correção após 30 anos de crescimento do país em patamares superiores a 10% ao ano.
Na manhã desta terça-feira, o presidente francês François Hollande disse que confia no poder recuperação da economia chinesa e que o crescimento do país asiático, mesmo que mais fraco, continua sendo invejável. Já o ministro da Economia francês, Emmanuel Macron, previu pelo menos seis meses de crescimento “muito fraco” da China e uma possível valorização do euro como consequência.
Ajuste chinês
Apostando no milagre econômico chinês, houve uma corrida dos investidores para as bolsas asiáticas, e agora que a atividade entra num ritmo de crescimento menos exuberante, a tendência é de ajuste. Os otimistas lembram que fatores como o petróleo mais barato, os juros baixos e a retomada do crescimento na Europa são elementos favoráveis que afastam o temor da reedição de uma nova crise mundial como a de 2007.
Os sinais também são positivos nos Estados Unidos. A China e os emergentes vão continuar sofrendo ajustes, demonstrando mais uma vez que milagre econômico não existe.
Em um comunicado, o banco americano de investimentos Goldman Sachs estima que a queda dos preços das matérias-primas, a desaceleração do crescimento na China e a desvalorização das moedas nos países emergentes, que ainda vai continuar por um período, não vão empurrar o mundo para uma nova recessão global.