O grupo extremista que tem espalhado o terror no país mais populoso da África assumiu nesta quarta-feira (21) a autoria do massacre de duas mil pessoas.
O vídeo já começa em tom de desafio: bandeira da Nigéria incendiada, tiros para o ar. Abubakar Shekau, que se apresenta como chefe do Bako Haram, parece um tanto descontrolado.
Ele comanda um grupo capaz de atrocidades, como dizimar a cidade nigeriana de Baga, no começo do ano. Algumas estimativas são de dois mil mortos num único ataque.
O vídeo desta quarta-feira (21) foi para assumir a autoria. “Essa foi apenas a ponta do iceberg. Há mais a caminho”, ameaçou Shekau. E mostrou as armas, que teriam sido tomadas de uma base militar internacional que ficava em Baga.
Há duas semanas, eles usaram uma criança-bomba. Uma menina de 10 anos acionou explosivos num mercado lotado e matou 16 pessoas.
A barbárie não é a única semelhança com o Estado Islâmico, que age na Síria e no Iraque.
O Boko Haram também é um grupo extremista muçulmano, que tenta criar um califado, uma região independente onde uma versão distorcida da sharia, a lei islâmica, seria aplicada com todo o rigor.
O grupo já controla uma área no nordeste da Nigéria. Segundo agências internacionais, é maior do que o estado de Alagoas. E tem atacado vizinhos como Chade e Camarões.
Esses países estão reforçando as tropas na fronteira com a Nigéria, enquanto enfrentam migração em massa de nigerianos que fogem da violência.
O Ocidente tenta contribuir fornecendo armas e treinando soldados. Nigéria, Chade e Camarões tem feito ações conjuntas e nesta quarta-feira conseguiram libertar um refém alemão, sequestrado no ano passado. Uma pequena vitória. Só no último fim de semana, o Boko Haram sequestrou 80 pessoas.