segunda, 25 de novembro de 2024
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Blogueiro bolsonarista é preso por ordem de Alexandre de Moraes

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (03/09) o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, que é investigado em um inquérito aberto em agosto no Supremo Tribunal Federal sobre a organização de atos…

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (03/09) o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, que é investigado em um inquérito aberto em agosto no Supremo Tribunal Federal sobre a organização de atos contra a democracia e o Estado de direito.

A prisão preventiva de Macedo foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele já havia sido alvo de busca e apreensão em 20 de agosto ao lado de outros bolsonaristas, como o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ).

Macedo se apresenta como coordenador nacional da “Marcha da Família” e estaria organizando protestos no feriado de 7 de setembro para pressionar o Senado a destituir os ministros do Supremo. Segundo a PGR, o ato organizado por Macedo era “violento e antidemocrático”.

A Polícia Federal, que executou a prisão, confirmou a ação, mas não deu maiores detalhes sobre o caso.

A investigação contra Macedo e outros bolsonaristas se soma a outros dois inquéritos no Supremo sob a relatoria de Moraes que tratam de temas semelhantes: o inquérito sobre fake news e atos democráticos, arquivado em julho e substituído pelo inquérito sobre as milícias digitais, que resultou na prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, denunciado pela PGR por incitação ao crime, homofobia e calúnia.

O inquérito contra Macedo e os demais apoiadores do presidente foi aberto a pedido do Ministério Público. Os outros dois inquéritos foram instaurados de ofício pelo Supremo, o que vinha sendo alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro e de uma ação da Advocacia-Geral da União.

Caminhoneiro youtuber foragido

Moraes também determinou a prisão do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, outro bolsonarista alvo do mesmo inquérito contra Macedo.

Responsável pelo canal de Youtube “Zé Trovão a voz das estradas”, ele é acusado de incitar atos violentos contra o Congresso e o Supremo e descumpriu ordens cautelares que haviam sido determinadas por Moraes.

O ministro do Supremo havia ordenado o bloqueio de uma chave Pix que vinha recebendo doações para organizar atos no dia 7 de setembro, mas na quarta-feira Zé Trovão anunciou uma nova chave Pix com o mesmo objetivo.

O advogado de Zé Trovão, Levi de Andrade, afirmou ao portal UOL que ele não se entregará à Polícia Federal pelo menos até o dia 7 de setembro. Ele diz que seu cliente não cometeu nenhum crime e que o mandado de prisão contra Zé Trovão seria inconstitucional.

Atos no dia 7 de setembro

A prisão de Macedo e a ordem de prisão contra Zé Trovão integram uma iniciativa judicial da PGR, com aval do Supremo, para reprimir e desarticular organizadores de atos contra a democracia e o Estado de direito.

Jair Bolsonaro e seu círculo próximo vêm estimulando seus apoiadores a irem às ruas no dia 7 de setembro com o objetivo de fortalecer as investidas do presidente contra o Supremo e as urnas eletrônicas. Há receio em diversos estados que policiais militares também atendam à convocação.

Na sexta-feira, o presidente afirmou que os atos de 7 de setembro seriam um “ultimato” para dois ministros do Supremo – ele não mencionou nomes, mas, além de Moraes, que foi alvo de um pedido de impeachment apresentado por Bolsonaro já arquivado pelo presidente do Senado, Luis Roberto Barroso, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral, é alvo de frequentes ataques dos bolsonaristas.

Protestos contra o presidente também estão previstos em diversas capitais no dia 7 de setembro.

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