sexta, 22 de novembro de 2024
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Blindagem descarada

Por 14 votos a 4, a bancada que vive como pingente no governo de Lula vetou a convocação de chefes da Guarda Nacional de Segurança para depoimentos à CPMI do…

Por 14 votos a 4, a bancada que vive como pingente no governo de Lula vetou a convocação de chefes da Guarda Nacional de Segurança para depoimentos à CPMI do Circo 2. Os aliados do comunista não querem que os responsáveis por parte da segurança dos prédios dos Três Poderes revelem de quem partiu a ordem para que deixassem baderneiros – infiltrados, certamente – invadissem os palácios.

Ligação com bolsonaristas

Parece absurdo. E é. O deputado maranhense Duarte Júnior (PSB) justificou seu voto contra a convocação de Sandro Augusto Queiroz, chefe da Guarda Nacional, porque ele teria ligação com Augusto Nunes, Alexandre Garcia, Deltan Dallagnol, com Jair Bolsonaro, com Sergio Moro e com Carlos Bolsonaro – todos bolsonaristas. Nunca uma CPMI teve tantos argumentos esdrúxulos para blindar o governo de suspeitas.

Canalhas!

“Enquanto estamos aqui expondo um senhor de 73 anos como se fosse um criminoso, o Marcola [Marcos Herbas Camacho, líder do PCC] tem sua prisão revogada e a esquerda está ignorando. Trazendo um senhor que tem comorbidade, diabetes, para chamar de terrorista e ficar pagando de democrático. Canalhas”. A frase é do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre a convocação do produtor rural Argino Bedin, de 73 anos – conhecido como pai da soja – para depor na CPMI do Circo 2, sob suspeita de financiar as invasões dos prédios de Brasília.

Pauta popular

Pela segunda vez, nesta semana, não funcionou o super bloqueio de pautas do Congresso Nacional, como foi articulado por 22 frentes parlamentares, no final do mês passado. Nesta terça-feira (3), a Câmara aprovou o projeto de lei do marco das garantias – uma aposta do Ministério da Fazenda para destravar a concessão de crédito principalmente a quem tem o nome sujo por conta de dívidas, e uma aposta popular, com adesão difícil pela maioria dos deputados e senadores.

O troco vem

Com as ações do Planalto em minar as negociações das frentes parlamentares, surge uma movimentação para derrubar em plenário o veto que reorganizou os ministérios do governo comunista. A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) quer, por exemplo, exigir que a Conab volte para o Ministério da Agricultura, comandado pelo ministro Carlos Fávaro, do PSD de Mato Grosso. O órgão está na pasta do Desenvolvimento Agrário, chefiada por Paulo Teixeira (PT-SP).

Assalto

O deputado Pedro Lupion (PP-PR), que é presidente da FPA, teve uma propriedade rural, em Santo Antônio da Platina (PR), invadida e assaltada por três bandidos armados, no final de semana passado. Os pais dele foram feitos reféns e os assaltantes levaram dinheiro, documentos e joias do casal. Ninguém foi preso.

As causas de Pacheco

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), resolveu peitar o STF com a proposta de andamento de um projeto que limita o mandato de ministros da corte. Para ele, 11 anos é bom. O projeto fala em oito. A reação dele tem duas explicações: 1) Lula não sinaliza preferência por seu nome para a vaga de Rosa Weber no STF. 2) Se não atuar independentemente, e não como capacho do Planalto, dificilmente se reelegerá em 2026.

Não passou!

Como previsto, a poderosa CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou relatório do projeto que proíbe a exigência de pagamento da contribuição sindical, por trabalhadores, sem autorização. Pelo texto, o trabalhador tem direito de se negar a pagar sem sofrer penalizações. Tudo deve, inclusive, ser feito por escrito.

Petistas contra

Também como previsto, petistas votaram contra o projeto, em apoio ao peleguismo sindical. Jaques Wagner (BA), Paulo Paim (RS) e Teresa Leitão (PE) concordam que o trabalhador deve ser obrigado a contribuir com máquina sindical, aliada a partidos de esquerda e com resultados pífios para o trabalhador.

Lampejo de realidade

O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, opinou pelo arquivamento de três ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, relacionadas às eleições do ano passado – todas movidas pela Coligação Brasil da Esperança, de Lula. Os adversários dizem que Bolsonaro cometeu crime eleitoral ao realizar lives e encontros com políticos nos palácios do governo, em Brasília. O parecer dele segue para avaliação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Dica de leitura

Livro – Não é a mamãe
Autor – Guilherme Fiuza
Editora: Record
Páginas: 384
Valor médio: 68,00

O livro traz relatos de ações, programas públicos e as trapalhadas de Dilma Rousseff como presidente da República. O autor reúne textos de cujo conjunto se extrai o retrato definitivo – cômico e perplexo – do Brasil em que ela vivia e atingiu a todos os brasileiros.

FRASE DO DIA

Do ministro do STF, Gilmar Mendes – @gilmarmendes – sobre proposta em andamento no Senado para limitação do tempo de mandato de ministros da corte. Nesta terça, no X-Twitter.

“A pergunta essencial, todavia, continua a não ser formulada: após vivenciarmos uma tentativa de golpe de Estado, por que os pensamentos supostamente reformistas se dirigem apenas ao Supremo?”

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