terça, 12 de novembro de 2024
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Biocana debate situação do álcool no mundo

Curso lançado em Catanduva é inédito no Brasil; estuda-se a possibilidade de ‘exportar’ conhecimento sobre o mercado O diretor do Departamento do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura,…

Curso lançado em Catanduva é inédito no Brasil; estuda-se a possibilidade de ‘exportar’ conhecimento sobre o mercado

O diretor do Departamento do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângelo Bressan Filho, esteve em Catanduva, sábado (10), para a aula inicial do curso de especialização em Gestão de Tecnologia para o Setor Sucroalcooleiro – MTA (Master of Technology Administration) promovido pela Associação de Produtores de Açúcar, Álcool e Energia (Biocana) em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O assunto em pauta é a necessidade de profissionais para atender à demanda crescente do mercado sucroalcooleiro resultado da expansão do próprio setor e da evidente necessidade mundial de reduzir a poluição.

Bressan acredita que o curso disponibilizado em Catanduva abre um novo mercado para o setor não só em nível nacional. Para ele abre-se a possibilidade do Brasil exportar a tecnologia de gestão do negócio, do conhecimento. “Tecnologia em máquinas os Estados Unidos tem, a Índia tem. O que nós temos é o conhecimento sobre as condições de clima, durabilidade da safra, condições de chuva, solo e variações genéticas, como ter um bom rendimento da cana. Enfim, temos uma imensa tradição nisso, então os outros países que não têm, não conseguem a produção que nós atingimos”, comentou.

O diretor contou que está em estudo a possibilidade de oferecer este curso para países da América latina, em idioma espanhol. “Tem entidades internacionais interessadas em financiar esse tipo de coisa”.

Bush
Na opinião do diretor, o acordo firmado na sexta-feira, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, é positivo. “Não é importante apenas para nós e para os Estado Unidos, esse acordo é importante para todo o planeta. Todos os países estão nessa corrida para reduzir a utilização de combustíveis fósseis que geram maior poluição e contribuem para o efeito estufa e temos visto as proporções desta poluição. É claro que o Brasil sai também sai ganhando em termos de negócios, mas a prioridade, ao nosso ver, é a importância que esse acordo tem a nível mundial”, conclui.

Bressan disse que a não redução da sobre taxas para exportação do álcool brasileiro neste encontro com Bush já era esperado, uma vez que o acordo sobre as taxas de exportação é firmado com o Congresso norte-americano. Ele acrescentou que apesar dos elevados valores da sobre taxa, R$ 1,54 por galão do produto, a exportação de álcool tem batido recordes.

Mercosul
O diretor Ângelo Bressan Neto contou à reportagem do Notícia da Manhã que há negociação semelhante à ocorrida com os Estados Unidos em andamento, desta vez entre os países do Mercosul e a União Européia.

“Não com a intensidade do que está feito com os Estado Unidos porque lá o uso de álcool já é algo concreto. Eles estão usando cerca de 20 bilhões de litros, a União Européia tem uns 10% disso. Então, com os Estados Unidos essa negociação ficou mais urgente”.

O prefeito Afonso Macchione Neto (PSDB) participou da aula inaugural do curso. “É com muito orgulho que vejo esse curso ser lançado de forma pioneira em Catanduva. Assim como já vimos a cidade liderando em outras épocas, como foi o caso do café, da laranja, dos ventiladores, hoje vemos a cana”, conlui.

Curso
O presidente da Biocana, Luciano Sanches Fernandes, contou que novos cursos já são pensados pela associação, além de pós-graduação, é estudada a possibilidade de implantar na cidade também cursos técnicos. “É o início de um trabalho e com certeza vamos fazer mais cursos, até mesmo com outras universidades. Já está no nosso planejamento”, conta.

Fernandes declarou que o acordo firmado entre os governos americano e brasileiro, não foi o que o setor esperava, mas foi satisfatório. “Na verdade não veio tudo o que nós queríamos, mas foi de muita importância essa visita porque deu visibilidade ao produto, criou condições para discutirmos o comércio exterior para o futuro, criou uma agenda. Então foi muito válido”, comenta.

As usinas associadas à Biocana exportam, em média, 20% da produção de álcool.

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