Derrotado nas urnas, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), que terminou em sexto lugar na disputa ao Senado neste domingo (7), com 3,73% dos votos, atribuiu o resultado das eleições à “grande onda de mudança” no país, e lamentou que “grandes quadros da política nacional” tenham ficado de fora do Congresso.
“Houve muito voto de protesto a tudo o que está aí, [o que gerou] uma grande renovação”, afirmou Richa, em entrevista coletiva nesta segunda (8).
Para ele, o “péssimo desempenho do PSDB nas urnas foi provocado, além da onda de mudança, pelo desgaste de permanecer no poder em vários estados.
O tucano, que foi preso por quatro dias em meio à campanha eleitoral, em uma investigação por desvios de obras, voltou a criticar a operação de que foi alvo, que chamou de “arbitrária, ilegal e injusta”.
“Foi a pá de cal na minha candidatura”, afirmou. “[Havia] flagrantemente a intenção de interferir no processo eleitoral e destruir minha candidatura. E foi o que aconteceu.”
Richa é suspeito de participar de desvios em um programa de manutenção de estradas rurais no Paraná. Ele, que foi detido para prestar depoimento e evitar interferência nas investigações, nega as suspeitas e diz estar com a consciência tranquila.
“Um gestor que não zela pela correta aplicação dos recursos públicos não deixa o estado nas condições que deixei”, declarou.
Munido de dados e gráficos comparativos com outros estados, Richa defendeu o seu legado à frente do governo do Paraná, mencionando atração de empresas, investimentos em infraestrutura e melhorias nas contas públicas.
Ao final, ofereceu aos jornalistas um encarte que lista destaques de sua administração.
O tucano afirmou que havia “preparado o espírito” para o momento em que ficaria sem mandato (ele ocupava cargos públicos quase que ininterruptamente desde sua eleição como deputado estadual, em 1994), e disse que irá “cuidar da própria vida” e avaliar uma eventual saída da vida pública.
Ele desejou sucesso a Ratinho Junior (PSD), que foi seu secretário e acabou eleito em primeiro turno para o governo do Paraná.
Na disputa presidencial, afirmou que irá aguardar a decisão do PSDB, mas que, pessoalmente, tende a apoiar Jair Bolsonaro (PSL), apesar de reconhecer preocupação com determinadas posições do candidato.
“Não temos, nem de longe, um candidato ideal. Agora, tem que escolher”, disse. Com informações da Folhapress.