sexta, 15 de novembro de 2024
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Beija-Flor é a campeã do Carnaval carioca

A Beija-Flor de Nilópolis é a escola de samba campeã do Carnaval 2007, com 399,3 pontos conferidos pelo júri. A segunda colocada, Acadêmicos do Grande Rio, obteve 397,9 pontos. A…

A Beija-Flor de Nilópolis é a escola de samba campeã do Carnaval 2007, com 399,3 pontos conferidos pelo júri. A segunda colocada, Acadêmicos do Grande Rio, obteve 397,9 pontos. A Mangueira ficou em terceiro. Este é o nono título da Beija-Flor, que desfilou com o enredo “Áfricas: do berço real à corte brasiliana”, sobre as dinastias guerreiras africanas. A escola foi campeã consecutivamente em 2003, 2004 e 2005.

A Beija-Flor, nascida em 1948, foi a última escola a desfilar, na manhã de terça-feira. Saiu da Avenida às 6h35 mas manteve alto nível de energia na Marquês de Sapucaí.

O enredo da escola exaltou os traços africanos do Brasil. Os aspectos naturais do continente, seus animais e sua vegetação, foram retratados no primeiro setor da escola. A África “baiana” também teve seu espaço, na homenagem aos terreiros de candomblé. No fim do desfile, a Beija-Flor fez uma referência ao Rio de Janeiro, principalmente aos bairros da Gamboa e Saúde, que já receberam a denominação de “pequena África”.

Entre as celebridades, o destaque foi o ator Edson Celulari, que tocou repique. A escola contou com Neguinho da Beija-Flor interpretando seu samba-enredo. Ele está na escola há 32 anos.

O gigantesco beija-flor de 10 metros de comprimento sobre o carro abre-alas anunciou um desfile cheio de fantasias luxuosas, com muitas plumas, e carros com detalhes rebuscados. A bateria veio fantasiada em alusão ao soberano do reino africano de Daomé. Fato raro na Avenida neste ano, a rainha era da própria comunidade: Raíssa de Oliveira, de 16 anos, é da escola há cinco anos. Outro destaque, num carro alegórico, foi Cláudia, filha da legendária porta-bandeira Pinah Ayoub.

A Beija-Flor conquistou seu primeiro campeonato em 1976, com o carnavalesco Joãosinho Trinta, que passou 17 anos com a escola. Em 1989 apresentou um de seus desfiles mais ousados, com o enredo “Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia”, que trazia uma ala de mendigos e uma imagem do Cristo Redentor, coberto por ordem da Igreja.

Grande Rio

A Grande Rio, que também foi vice-campeã em 2006, homenageou Duque de Caxias, a cidade onde é sediada. O samba-enredo “Caxias – O Caminho do Progresso, um Retrato do Brasil” reverenciou ícones locais do esporte, da música e da política. Alguns deles foram Zeca Pagodinho, que desfilou em carro alegórico, e o deputado dos anos 60 Tenório Cavalcanti, o controverso “Homem da Capa Preta”, revivido pelo ator José Wilker na avenida como já havia feito em filme de 1986.

A Grande Rio foi a escola com maior número de celebridades em suas fileiras. A que mais recebeu atenções foi a rainha da bateria Grazi Massafera. Desfilaram ainda na escola as atrizes Betty Lago, Fernanda Lima e Nívea Stelmann, a apresentadora Ana Maria Braga e os atores Raul Gazolla e Marcos Paulo.

Mangueira

A Mangueira levantou o público com o enredo “Minha pátria é minha língua, Mangueira meu grande amor. Meu samba vai ao Lácio e colhe a última flor”, sobre a língua portuguesa falada do Brasil. A escola homenageou poetas, compositores e escritores de clássicos brasileiros.

Houve várias tensões em torno do desfile. A mais rumorosa envolveu a sambista Beth Carvalho, com 36 anos de escola. Por falta de organização da escola, a cantora foi até um carro, que a mandou para outro, e por fim, um integrante da direção disse que ela não desfilaria naquele carro. Magoada, a madrinha da velha guarda saiu aplaudida pelo público.

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