A partir de agora, bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus Zika durante a gravidez, ainda que não apresentem sintomas no nascimento, serão acompanhados até os 3 anos de idade.
Além da medida da cabeça, principal critério para notificação de microcefalia, outras malformações decorrentes da infecção serão investigadas. As mudanças foram anunciadas hoje (18) pelo Ministério da Saúde.
Para grávidas, a recomendação de ultrassonografias durante o pré-natal aumentou para duas, numa tentativa de identificar alterações neurológicas em meio à gestação. Além do exame realizado no primeiro trimestre, ele passa a ser repetido por volta do sétimo mês de gravidez. Os repasses para esse atendimento, segundo o ministério, serão de R$ 52,6 milhões.
Um ano de emergência
As medidas foram anunciadas após um ano da declaração de emergência nacional por conta do aumento de casos de microcefalia registrados no Brasil e, de acordo com o governo, atendem às recentes evidências científicas sobre efeitos da infecção por Zika na formação do bebê na gestação.
“Foi um ano de aprendizado e acúmulo de conhecimento. O Brasil acumula 25% de todo o conhecimento, das pesquisas desenvolvidas em todo o mundo”, avaliou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Ele lembrou que, além da microcefalia, foram identificadas malformações como problemas na visão, na audição ou nos membros. As alterações podem ser observadas ao longo dos três primeiros anos de vida da criança.
Mudança na classificação
O ministério anunciou ainda que, na classificação feita durante a notificação de casos de anomalias relacionadas ao Zika, além da confirmação, dos descartes e de identificações prováveis, será incorporado o caso inconclusivo por conta de resultados laboratoriais indefinidos e casos de recusa da investigação.
Números
Dados mais recentes da pasta apontam 11.119 notificações de microcefalia em todo o país desde novembro do ano passado, sendo que 60% foram registradas na Região Nordeste. Do total, 2.143 casos foram confirmados para microcefalia associada ao Zika – 78% deles no Nordeste.
Assistência
De acordo com o ministério, a rede de reabilitação vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS) conta atualmente com 1.541 serviços, sendo 147 Centros Especializados em Reabilitação (que trabalham com a estimulação precoce e a reabilitação de bebês), 4.375 Núcleos de Apoio à Saúde da Família e 2.338 Centros de Apoio Psicossocial.
A previsão da pasta é que, até dezembro, sejam habilitados novos serviços nos seguintes municípios: Alcântara, Davinópolis, São Luís e Caxias, no Maranhão; Poço Redondo e São Miguel do Aleixo, em Sergipe; Pau Brasil, Barreiras e Camaçari, na Bahia; Magé e São João de Meriti, no Rio de Janeiro; Conde e Campina Grande, na Paraíba; São José de Mipibu, no Rio Grande do Norte; e São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul.