domingo, 22 de setembro de 2024
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Beber acelera envelhecimento do cérebro, mostra novo estudo

Sabemos que cérebro e bebida não mantêm relações amigáveis, e quase todos têm alguma história constrangedora para contar sobre o assunto. No entanto, o problema não se resume a viver…

Sabemos que cérebro e bebida não mantêm relações amigáveis, e quase todos têm alguma história constrangedora para contar sobre o assunto.

No entanto, o problema não se resume a viver uma situação embaraçosa. De acordo com um novo estudo, mesmo o consumo de álcool num nível considerado modesto – de algumas cervejas ou taças de vinho por semana – traz riscos que não podem ser ignorados. Pesquisadores da Universidade da Pennsylvania analisaram dados de mais de 36 mil adultos e comprovaram uma associação entre beber de forma leve a moderada e a redução do volume do cérebro.

Conforme aumenta o consumo de álcool, a relação de causa e efeito vai se tornando cada vez mais evidente. Como exemplo, indivíduos na faixa dos 50 anos que passaram de uma dose diária (o equivalente a meia cerveja) para duas doses (meio litro de cerveja ou uma taça de vinho) sofreram alterações no cérebro que correspondiam a dois anos de envelhecimento. Para quem saltou de duas para três doses, o ônus é maior: três anos e meio de envelhecimento.

“Nossa descoberta vai na contramão das diretrizes divulgadas pelo governo sobre os limites seguros para beber”, afirmou Henry Kranzler, diretor do Penn Center for Studies of Addiction e um dos autores do trabalho. Em muitos países, recomenda-se, para as mulheres, o limite de um drinque por dia, enquanto, para os homens, seriam dois. Estudos anteriores não deixavam dúvida sobre a relação entre o consumo pesado e danos à saúde cerebral, mas a ingestão moderada não era julgada nociva – na verdade, havia até uma indicação de que beber comedidamente poderia beneficiar o cérebro dos mais velhos.

A diferença é que nenhuma outra pesquisa examinara um banco de dados tão volumoso. O time usou o UK Bank, que reúne dados de saúde de meio milhão de britânicos, e analisou exames de ressonância magnética de mais de 36 mil pessoas, capazes de calcular o volume de substância branca e cinzenta de diferentes áreas do cérebro.

Os participantes responderam a questionário sobre a quantidade de álcool que ingeriam, numa escala que ia entre a abstenção e mais de quatro drinques por dia. Passar de abstêmio a um drinque diário equivalia a seis meses de envelhecimento; entretanto, a variação de zero para quatro ou mais drinques correspondia a mais dez anos na idade biológica. O estudo foi publicado no começo de março na revista científica “Nature Communications”.

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