O Hospital Universitário La Paz, em Madri, realizou o primeiro transplante de intestino a partir de um doador morto no mundo. A paciente, uma bebê de 13 meses chamada Emma, sofria de uma insuficiência intestinal diagnosticada no primeiro mês de vida. Ela já recebeu alta e está bem.
A menina passou por um transplante de intestino multivisceral a partir de uma doação pediátrica controlada de assistolia (parada cardiorrespiratória), segundo a informação divulgada nesta terça-feira (11) pelo governo regional de Madri.
A inovação médica é resultado de três anos de investigação.
A doação em “assistolia” consiste em doar órgãos e tecidos de uma pessoa atestada morta após a ausência de batimentos cardíacos e respiração espontânea.
Em geral, os transplantes ocorrem a partir de doadores com a chamada “morte cerebral” e que mantêm o funcionamento dos demais órgãos. Neste caso, o doador não teve morte cerebral, mas suas funções cardíacas e respiratórias foram mantidas em atividade com ajuda de máquina depois que uma junta médica confirmou que seu quadro de parada cardiorrespiratória era irreversível.
Segundo as autoridades de saúde de Madri, a técnica “possibilita o uso de órgãos sólidos que de outra forma seriam perdidos”. O intestino de uma pessoa morta nunca havia sido utilizado, por ser considerado inválido, dadas as características especiais do órgão.