Calma, a gente explica. É um cadinho complicado.
A história começa com Shen Jie e Liu Xi, um casal de Yixing, na China, que tentava engravidar e não conseguia de jeito nenhum. Para realizar o sonho, foram atrás da fertilização in vitro. Chegaram a ter embriões formados, mas cinco dias antes que eles pudessem ser implantados…
Jie e Xi, no dia 20 de março de 2013, morreram em um acidente de carro.
Ambos eram filhos únicos de suas famílias, e toda a esperança na continuação da árvore genealógica estava nos embriões. Para isso, porém, precisariam de uma barriga de aluguel, o que é proibido na China. Os pais dos falecidos começaram, então, uma batalha nos tribunais para recuperar os embriões do hospital de Nanjing, onde estavam armazenados e congelados.
A primeira corte negou o acesso dos avós aos embriões, mas na segunda instância o juiz deu ganho de causa a eles. E com uma frase muito bonita na sentença: “O único portador da linha sanguínea das duas famílias carrega o fardo de seu luto e consolo”, afirmou o juiz, segundo o Estadão, com informações do Beijing News.
Como os hospitais da China não têm permissão para realizar o procedimento, os embriões foram enviados a uma agência de barrigas de aluguel que trabalhou com uma mulher do Laos, em um hospital do mesmo país. Foram implantados dois dos embriões na mulher de 27 anos que não teve o nome divulgado. Ela foi levada à China com visto de turista pouco antes da criança nascer.
O filho de Jie e Xi nasceu no dia 9 de dezembro de 2017, quatro anos depois da morte dos pais. E é um garoto. Ganhou da avó materna, Hu Xingxian, o nome de Tiantian, que significa “doce-doce” em tradução livre. “Seus olhos se parecem com os de minha filha, mas ele parece mais com seu pai”, disse Hu.