Um bebê de três meses morreu depois de receber duas injeções de adrenalina no Pronto-Socorro Central de Mirassol. A família da criança acusa os médicos e enfermeiros de negligência.
O caso aconteceu no sábado, mas só foi divulgado ontem pela Polícia Civil.
De acordo com Cláudio Aparecido Maria, de 34 anos, avô de Pedro Henrique Maria, o bebê foi levado ao pronto-socorro por ele e pela mãe da criança, Jéssica Fernanda Maria, 13, porque chorava muito.
Ele diz que avisou os médicos que a criança era alérgica a qualquer tipo de medicamento e tinha problemas cardíacos. Mas mesmo assim, o menino teria recebido injeções de adrenalina, remédio usado apenas em casos de emergência como em choque anafilático e parada cardíaca.
Depois de ser medicado, Pedro foi levado para o Hospital de Base, em Rio Preto, onde sofreu parada cardiorespiratória e morreu.
Ainda segundo Cláudio, os médicos e enfermeiros não permitiram que a família acompanhasse o bebê dentro da ambulância na viagem para Rio Preto.
“Não quero prejudicar ninguém. Mas algo precisa ser feito. Meu neto chegou vivo no PS e não voltou para casa”, disse o avô .
O caso será investigado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
A delegada Júnia Cristina Macedo, responsável pelas investigações, pediu ao SVO (Serviço de Verificação de Óbito) do HB para que seja feito exame dos órgãos do bebê, que foram retirados para exame necroscópico.
O laudo com a causa da morte deve ser concluído em 60 dias.
A delegada disse que irá aguardar o laudo para instaurar inquérito.
Município desconhece caso
O diretor do Departamento de Saúde de Mirassol, Renato Luís de Paula Gomes, disse que não foi comunicado da morte do bebê Pedro Henrique Maria nem pela família e nem pela direção do pronto-socorro.
Ele afirma que pediu detalhes do atendimento da criança à direção do PS para apurar o caso.
“Temos que apurar tudo com muito cuidado para não prejudicar pessoas inocentes. Se houver realmente um responsável pela morte do bebê, ele será punido”, disse.
Já o Hospital de Base, que administra o pronto-socorro, informou por meio da assessoria de imprensa de que até às 18h30 de ontem, a instituição não havia sido procurada por familiares do bebê.
De acordo com a assessoria, o HB estava “impossibilitado” de levantar o prontuário médico da criança ontem porque a área administrativa do hospital “fecha às 17h”.
Segundo o médico pediatra Renan Marino, a adrenalina acelera os batimentos cardíacos e aumenta a pressão arterial. Ele afirma que se o remédio for usado em dose errada pode matar.
Fonte: Jornal BOM DIA Rio Preto