Perto de completar um ano, na próxima terça, Marcela de Jesus Galante Ferreira é um bebê gordinho que ouve, sorri, reage à luz, senta-se normalmente, emite sons “gú”, “dá”, “mã” e tenta ficar em pé. Mas a menina está longe de ser um bebê normal.
A pediatra Márcia Beani, que a acompanha desde o nascimento, afirma que a menina é anencéfala devido à ausência total de cérebro, que foi confirmada por exame de ressonância magnética feito na última terça-feira. Especialistas em neurologia, no entanto, questionam o diagnóstico de anencefalia devido às atividades do bebê, embora não tenham examinado a criança. Por outro lado, grupos religiosos usam o caso de Marcela como símbolo anti-aborto, já que a Justiça permite a prática quando é diagnosticada a anencefalia.
Normalmente, bebês nesse estado morrem poucas horas após nascer. A lavradora Cacilda Galante Ferreira sabia disso, mas manteve a gravidez.
Segundo a pediatra, a ressonância magnética mostrou que Marcela tem todo o conduto auditivo formado e perfeito.
Apesar de toda a polêmica envolvendo o bebê, a pediatra reafirma que o caso de Marcela é comprovadamente uma anencefalia. “Marcela é anencéfala. O diagnóstico nunca mudou”, ressalta.