A economia brasileira deu sinais de recuperação, no primeiro trimestre do ano. A aceleração aparece no índice de atividade econômica do Banco Central. Esse índice é uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto, que, por sua vez, é o resultado da soma de todas as riquezas produzidas pelo país.
A agricultura, com sua supersafra é um dos setores que, segundo os economistas, impulsionaram o índice do Banco Central. No último trimestre de 2012, o índice tinha sido positivo em 0,63%. De janeiro a março deste ano, de 1,05%.
Segundo a economista Zeina Latif, um resultado ainda modesto, mas positivo. “A primeira mensagem é sim, o pior já passou, sim. O ano passado foi um de fato, houve uma conjunção que fez com que o PIB crescesse abaixo de 1%. E alguns desses fatores não estão mais presentes”, comenta.
Outro fator apontado pelos analistas como decisivo é a retomada de investimentos pelos empresários: máquinas, equipamentos, caminhões.
Só uma transportadora, que tem sua base principal em São Paulo, mas atende o Brasil inteiro, ampliou sua frota este ano em mais de 150 caminhões. O investimento previsto até o fim do primeiro semestre é de R$ 40 milhões, inclusive com a construção de dois novos terminais de carga, no interior de São Paulo e na Bahia.
“Estamos prevendo não só bons negócios no futuro, como a consolidação dos negócios atuais”, aponta Urubatan Helou, dono da empresa.
Destaques positivo à parte, há números menos animadores. A indústria segue com altos e baixos. Cresceu em janeiro. Caiu em fevereiro. Voltou a crescer em março.
E o consumo das famílias, um dos principais motores da economia, tem sido afetado pela inflação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se mostra otimista.
“O mais importante é a qualidade do crescimento. Esse crescimento está sendo capitaneado pelo investimento. Estamos vendo que a União Europeia está em recessão e continua dando maus resultados. A economia americana está crescendo, porém, lentamente. Nós dependemos de nós mesmos. É superar as dificuldades e mesmo assim conseguir um resultado melhor que o ano passado”, avalia.
“Daqui para a frente a gente tende a ter resultados mais favoráveis, o que não significa um ajuste muito significativo, um crescimento muito forte”, comenta a economista.
O presidente do Banco Central reafirmou que será mantido o combate à inflação. E, em relação ao PIB, a expectativa do governo pode se confirmar.
“Este indicador IBCBR mostrou um crescimento de 1,05% no primeiro trimestre, o que analisado dá em torno de 4,25%. É compatível com nossa projeção de crescimento para o ano do Produto Interno Bruto de 3,1%”, afirmou Alexandre Tombini.
