Promotores espanhóis estão investigando cerca de 1,4 milhão de euros (o equivalente R$ 7,8 milhões) em pagamentos que o Barcelona fez ao longo de três anos a uma empresa de propriedade de uma alta autoridade do órgão de arbitragem da Espanha, informou o clube nesta quinta-feira (16), confirmando uma reportagem da mídia.
A rádio espanhola Cadena SER informou na quarta-feira (15) que o clube de futebol efetuou os pagamentos entre 2016 e 2018 a uma empresa de José Maria Enríquez Negreira, então vice-presidente de um comitê de arbitragem da federação espanhola de futebol.
O Barcelona disse em comunicado que estava ciente da investigação. A nota afirma que o clube “contratou os serviços de um consultor externo” que lhe forneceu “relatos técnicos relacionados com a arbitragem profissional”, chamando de “uma prática comum entre os clubes de futebol profissional”.
Segundo o Barcelona, o consultor também forneceu, em formato de vídeo, relatos sobre jovens jogadores de outros clubes espanhóis.
O ex-presidente do clube Josep Maria Bartomeu declarou ao jornal esportivo Mundo Deportivo na quarta-feira (15) que os pagamentos antecedem a 2003 e totalizaram 575 mil euros (R$ 3,2 milhões) por ano desde a temporada 2009/2010, antes de serem interrompidos em 2018 como parte de medidas de corte de custos.
Questionado sobre as observações de Bartomeu, o Barcelona não fez mais comentários, referindo-se à sua declaração original.
A Comissão Técnica de Árbitros (CTA) afirmou em comunicado que Enríquez Negreira não exerce funções oficiais desde 2018 e que “nenhum árbitro ativo ou membro dos órgãos da CTA pode realizar qualquer trabalho suscetível a entrar em conflito de interesses”.