domingo, 22 de dezembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Baleado por vizinho ficou mais de 24h com bala alojada na cabeça

O homem, de 41 anos, baleado pelo vizinho enquanto varria a calçada da casa do suspeito, passou mais de 24h consciente e orientado, mesmo com a bala alojada na cabeça….

O homem, de 41 anos, baleado pelo vizinho enquanto varria a calçada da casa do suspeito, passou mais de 24h consciente e orientado, mesmo com a bala alojada na cabeça. A vítima foi atingida às 9h18 de domingo (24), em Chapadão do Sul (MS), e permaneceu pelo menos um dia com a bala na cabeça.

A vítima enfrentou 331 km de estrada até a capital, onde ficou internado na Santa Casa até 13h de segunda-feira (25). Ele foi encaminhado para um hospital particular, que não divulgou o boletim médico e não informou se o projétil já foi retirado.

O homem ficou todo o tempo consciente mesmo com a bala na cabeça. Ele chegou a trocar mensagens de texto com a polícia, explicando o que houve nos momentos anteriores ao disparo.

O g1 consultou o médico neurocirurgião Diego Ramos para entender como ele permaneceu acordada mesmo sem ter retirado a bala da cabeça.

Conforme o boletim da Santa Casa da capital, o projétil ficou alojado próximo à orelha direita do homem. Ele foi avaliado por três médicos especialistas: bucomaxilo, neurocirurgião e otorrino.

Segundo apurado pelo g1, o homem não corre risco de morrer. O neurocirurgião disse que as condições de saúde posterior ao ferimento dependem de onde a bala ficou alojada e do trajeto que o projétil fez.

“A gente pode dividir a cabeça entre a face e o crânio. Os ferimentos de face não vão trazer nenhum tipo de repercussão neurológica ao paciente. Já entre os ferimentos do crânio, vai depender [do caso]”, explicou.

Ele disse que, mesmo se o projétil atingir o crânio, a pessoa pode sobreviver.

“Se atravessou [bala] uma parte específica do cérebro, também pode sobreviver com sequelas ou não. Agora o que está mais relacionado a óbito são os ferimentos que são transfixantes, que atravessam de um lado ao outro do cérebro. Os projéteis que estão na parte bem profunda e inferior do cérebro, esses são os que têm mais chances de [levar a] óbito”, explicou.

Consequências
Com relação à vítima mencionada nesta matéria, o neurocirurgião é categórico ao pontuar que somente com exames e análises sobre o quadro clínico é possível dizer o que poderá ocorrer. Ele destaca que é muito recente para afirmar se o homem ficará com algum tipo de sequela ou não.

“Primeiro, é preciso saber onde foi que ficou o projétil. Pelo boletim médico [da Santa Casa], dá a entender que foi um projétil que ficou na face, então se pegou face não entrou em contato com o tecido nervoso cerebral”, explica Ramos.
O médico explicou ainda sobre a possibilidade do projétil entrar em contato com o tecido nervoso cerebral. Segundo ele, as consequências dependeriam da região afetada.

“No cérebro existem as partes que a gente chama de eloquentes, que são essas áreas mais importantes, responsáveis pelas principais funções cerebrais, e as áreas não eloquentes, que têm algum grau de funcionamento, mas não são tão evidentes. Então, só o tempo que vai falar qual o grau de sequela”, esclareceu.

Importância do tempo de atendimento
O médico Diego Ramos destacou que, em qualquer tipo de lesão que afete o crânio, o tempo de atendimento é crucial para uma boa evolução do caso.

“Quanto mais precoce o atendimento, maior a chance de sobrevivência. Se for um projétil que machucou o cérebro, que precisa ter algum tipo de conduta, quanto mais tempo de atraso, maiores as lesões cerebrais. De maneira geral, traumatismo craniano quanto mais cedo, melhor”, afirmou.Já no caso de ferimentos na face, o procedimento pode ser diferente.

“[No caso desse] paciente, como está dizendo o boletim, pegou na face. Então foi avaliado pela neurocirurgia. (…) Pode ser porque ele já tenha uma lesão cerebral, que não seja cirúrgica, ou pode ser porque eventualmente nem machucou o cérebro”, avalia o neurocirurgião.

Notícias relacionadas