Um monomotor modelo sertanejo PTQO e uma perua Kombi com 55 notebooks foram apreendidos anteontem às 18h35, culminando com a prisão do piloto da aeronave numa estrada clandestina no canavial próximo da Estrada Vicinal que liga Vila Botelho/Ururaí, no km 349. O homem foi acusado de praticar contrabando.
Espalhados em pontos estratégicos, cerca de 30 policiais civis integraram a força-tarefa durante o cerco.
De acordo com o delegado Gustavo Steffen de Azevedo Figueiredo, que atua na região, três horas antes de o avião pousar, ele, dois investigadores e um escrivão estavam à espera da aeronave em canavial próximo a Santa Adélia.
“Quando o avião pousou, a Kombi com os computadores aproximou-se logo em seguida do avião vazio. Ambos estavam prestes a transportar os notebooks para o interior do avião. Contudo, os policiais fizeram a abordagem, o motorista da Kombi evadiu-se adentrando no canavial e o piloto R.A.V.J., 35 anos, foi preso em flagrante delito”, relatou.
Segundo informações do delegado, os computadores estão avaliados em R$ 175 mil e o monomotor em R$ 300 mil. A mercadoria originou-se no Paraguai e há suspeitas de que o monomotor levaria os notebooks para a Capital paulista.
Steffen ainda acrescenta que os contrabandistas utilizavam a pista clandestina há três meses e suspeita-se de que outra pista clandestina funciona aproximadamente a 15 quilômetros do local.
“Há dois meses recebemos denúncia anônima e estamos investigando o caso. Há duas semanas estávamos atuando em campana no local”, esclareceu.
Questionado, o piloto informou que fretou o monomotor como de costume para realizar o itinerário. ‘R’ disse ainda que foi contratado para transportar peças de uma usina localizada em Pindorama e que um automóvel estaria no local para levá-las. Em depoimento, o acusado disse ser de Hortolândia e que atua como piloto há 20 anos, pois se iniciou na carreia aos 15. O delegado não descarta a hipótese de o piloto estar envolvido com o contrabando.
De acordo com Steffen, a polícia abriu inquérito para averiguar o caso e chegar até a quadrilha, com a suspeita de que diversas pessoas da região e da Capital paulista estejam envolvidas.
Primeiramente a Polícia Civil investigará a origem e o destino da aeronave, a procedência do monomotor, se o piloto está envolvido com a quadrilha de contrabandistas e demais hipóteses sobre o crime. Steffen afirmou que não há indícios de que a quadrilha atua no ramo de narcotráfico.
O piloto foi levado para a Cadeia Pública de Catanduva e preso com base no artigo 334 do Código Penal por contrabando e descaminho, cuja pena varia de um a quatro anos de reclusão.
Dentre os objetos aprendidos havia 55 notebooks da marca Asus, Acer e uma CPU da marca Apple avaliada em R$ 10 mil. A princípio o piloto permanecerá preso, a carga apreendida será levada para a Receita Federal. Após perícia, a aeronave foi conduzida por um piloto contratado para transportar o monomotor até o aeroclube de Catanduva.
